HISTORIAS DE FADAS

Era uma vez um rei que tinha doze filhos:
onze rapazes e uma menina chamada Elisa. Eram crianças felizes. Passavam os seus dias a brincar no parque do castelo e na escola usavam lápis de diamante e quadros de ouro.
Um dia a mãe morreu e, pouco tempo depois, o pai decidiu voltar a casar. A nova mulher tinha muitos ciúmes dos enteados e, tantas maldades fez, que conseguiu afastá-los do castelo. Elisa foi entregue a uma família de camponeses. Quanto aos rapazes, a madrasta lançou-lhes um feitiço que os transformava em cisnes de cada vez que o Sol nascia: só de noite voltavam a ser o que eram.
Elisa era muito infeliz e, muitas vezes, enquanto passeava no bosque, lamentava-se: “Oh, se eu pudesse voltar a ver os meus irmãos!”
Um dia uma velhinha ouviu-a e teve pena dela.
“Acho que te posso ajudar”, disse ela, “tenho visto onze cisnes brancos com coroas de ouro que vêm pousar à beira-mar, todas as noites.”
Elisa caminhou imediatamente para a praia na esperança de encontrar os seus irmãos. Quando chegou já era noite! À luz da Lua viu onze rapazes: eram os seus adorados irmãos! Deram muitos abraços uns aos outros e durante toda a noite houve alegria, mas de madrugada tiveram de se separar

- “Adeus irmãzinha”, disseram eles, “promete que vais voltar!”.
Elisa queria ajudá-los, mas como?

 Uma noite a velhinha apareceu-lhe num sonho.
- “Se queres salvar os teus irmãos”, disse-lhe, “terás de apanhar com as tuas mãos tantas urtigas quantas conseguires e pisá-las com os pés descalços. Depois deves tecê-las e cozer onze túnicas, que irás lançar aos teus irmãos.
Verás que o feitiço se quebrará! Mas lembra-te, não poderás falar enquanto não terminares a tua tarefa!”
Mal acordou, Elisa meteu mãos à obra. Começou a colher urtigas com as suas delicadas mãos e a pisá-las com os pés. Não parou nem por um momento, mesmo quando a pele lhe ardia muito.
Durante dias e dias trabalhou em silêncio, resistindo às perguntas de um belo príncipe que por ali passou e queria a todo o custo levá-la consigo para o seu palácio!
Quando finalmente as onze túnicas ficaram prontas, Elisa regressou à praia. Esperou que os cisnes chegassem e lançou-lhes as túnicas. Num abrir e fechar de olhos, apareceram os seus onze irmãos no lugar dos cisnes.





Estavam todos muito felizes. Mas Elisa ficou ainda mais contente quando o príncipe voltou a procurá-la. Desta vez, Elisa contou-lhe a sua história. O príncipe ficou tão comovido com a sua bondade que lhe jurou amor eterno. Assim, casaram e viveram felizes para sempre!
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Era uma vez um velho rei que tinha três filhos e não sabia a quem deixar o seu reino.
Um dia chamou-os e disse-lhes:
- “Já estou velho e devo deixar o trono a um de vocês. São os três valentes e capazes, por isso decidi deixar o reino a quem me trouxer o cão mais pequeno do mundo.”
Os irmãos mais velhos partiram e fizeram de tudo para agradar ao pai. O mais novo, pelo contrário, como não sabia o que fazer, andou a vaguear pela floresta.
Um dia desabou uma tempestade. O rapaz, que não tinha onde se abrigar, viu uma luz ao longe e resolveu segui-la. Depois de andar um bom bocado, chegou a um castelo maravilhoso com portas de ouro. Dentro, sentada no trono, estava uma bela gata branca com uma coroa de rubis e safiras.
O rapaz estava espantado, mas a gata recebeu-o muito bem e pô-lo à vontade. Ofereceu-lhe um ótimo jantar e deu-lhe o melhor quarto do castelo. Com o passar do tempo, os dois ficaram amigos. Juntos, passeavam, brincavam e liam.
Entretanto, já tinha passado quase um ano e o príncipe tinha-se esquecido de procurar o cãozinho para o seu pai. Mas a gata que sabia sempre tudo disse:
“Pegue nesta bolota e leve-a ao seu pai.”
O jovem obedeceu. Quando o pai abriu a bolota viu um cãozinho minúsculo que abanava o rabo alegremente.
Mas o rei não tinha ficado convencido.
Chamou então os três irmãos e disse-lhes:
“Preciso de outra prova. Darei o meu reino a quem me trouxer um pano tão fino que possa entrar no buraco de uma agulha".

Os irmãos mais velhos partiram e fizeram de tudo para agradar ao pai.
O mais novo voltou logo para o castelo da gata branca e passou outro ano com ela, passeando, lendo e brincando.
Quando chegou o momento de regressar ao pai, o rapaz não sabia o que fazer.
“Pega nesta noz e leva-a ao teu pai, disse-lhe a gata.
O rei abriu a noz e encontrou uma avelã.
Abriu a avelã e encontrou um grão de trigo, abriu o grão de trigo e encontrou o tecido mais leve e precioso do mundo.
Mas o rei ainda não estava convencido.
“Preciso de uma última prova”, disse.
“Deixarei o meu reino a quem encontrar uma princesa bela e gentil, digna de se tornar rainha.
Os irmãos mais velhos partiram e fizeram de tudo para agradar ao pai. O mais novo voltou para a gata. Passearam, leram e brincaram e mais um ano passaram juntos.
Até que uma noite a gata lhe disse:
“Eu sou a princesa que procuras. Um feitiço transformou-me em gata, mas se tiveres coragem de me cortar a cabeça e o rabo, voltarei a ser uma mulher".

No início o rapaz não conseguia sequer pensar no assunto, mas depois ganhou coragem. Pegou num machado e fez o que a gata lhe disse. Diante dos seus olhos apareceu uma rapariga linda.
O rei ficou tão emocionado com a simpatia e beleza da princesa gata que logo quis entregar a coroa e o reino ao filho mais novo. 

“Não é preciso!”, disse a princesa. O meu pai deixou-me os seus reinos e eu quero dividi-los com vocês!.
Houve uma grande festa para festejar o casamento do filho mais novo do rei e a partir daquele dia cada um tinha a sua coroa e todos viveram felizes para sempre.

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Era uma vez, na Pérsia, um rei bom e justo, mas muito curioso!
Um dia um nobre indiano apareceu-lhe numa festa com um cavalo de madeira.

- “Majestade”, disse-lhe, “esta é a invenção mais extraordinária de todos os tempos!”
-“O que é?”, perguntou o rei, curiosíssimo.
-“Um cavalo mágico capaz de o transportar para onde quiser num instante!”
-“E o que queres em troca?”, perguntou-lhe o rei, cada vez mais curioso.
-“Quero casar com a tua filha!”, respondeu-lhe o indiano. O rei ficou sem saber o que dizer, mas o seu filho Firouz ficou bastante irritado.
-“Como te atreves!”, gritou. “A minha irmã vale muito mais do que um cavalo!”
O nobre indiano insistiu. 

-“Experimenta tu mesmo e descobrirás o seu valor!”
O príncipe Firouz montou o cavalo e desapareceu por entre as nuvens.
O rei da Pérsia vendo-o desaparecer, teve medo de nunca mais o voltar a ver. Furioso, chamou os guardas e ordenou:

- “Metam o indiano na prisão! Se o meu filho não voltar são e salvo, cortem-lhe a cabeça!”
Montado no cavalo, o príncipe Firouz voou pelo Mundo inteiro. Por mero acaso, resolveu parar no palácio real de Bengala. Entrou e descobriu um quarto onde dormia uma bela princesa.
Pé ante pé, o príncipe aproximou-se e resolveu despertá-la. “Sou o filho do rei da Pérsia”, sussurou-lhe, 

-“Cheguei até aqui num cavalo encantado. Se quiseres posso contar-te a minha história!”
Fascinada com a beleza do jovem, a princesa ouviu-o com atenção. Depois, conversa atrás de conversa, acabaram por se apaixonar e decidiram regressar à Pérsia para casarem o mais depressa possível.
Saíram no cavalo encantado e num instante chegaram a casa.O rei ficou muito feliz por voltar a ver o filho e mandou logo libertar o indiano. O indiano, porém, estava muito ofendido e queria vingar-se. Assim, naquela mesma noite, raptou a princesa de Bengala e fugiu com ela no seu cavalo mágico.

Quando viu que a sua amada tinha desaparecido, Firouz procurou-a por terra e por mar, até que um dia um viajante lhe disse:
- “Ouvi falar de uma princesa prisioneira de um indiano. A pobrezinha faz-se de louca para não ter de casar com ele.”O príncipe percebeu que se tratava da sua princesa, e logo inventou um plano para enganar o indiano. Disfarçou-se de velho e foi ter com ele:
- “Escuta, eu sou médico e sei como curar a tua noiva!”
-“Sabes curá-la? Então diz-me como vais fazer!”, exclamou o indiano.
-“Traz-me o cavalo encantado e a princesa.”
O indiano obedeceu e trouxe à presença do jovem a rapariga e o cavalo.
Firouz abriu então um frasco de perfume de onde saiu um fumo branco muito denso. Escondidos pela névoa, os príncipes conseguiram fugir montados no cavalo encantado, que os levou de novo à Pérsia.
Mas desta vez tudo correu bem! Firouz casou-se com a princesa de Bengala e partiu para uma viagem de lua-de-mel inesquecível!

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            OS  TRÊS  MACHADOS


( LENDA INGLESA)





Era uma vez um lenhador que vivia pobremente do seu trabalho diário.
Certa manhã de névoa, estando a abater um salgueiro na margem de um rio, foi tamanha a sua infelicidade, que o machado lhe caiu na água.
-" Ai de mim!" dizia ele. " Pobre como sou, terei agora de morrer de fome, pois não possuo dinheiro para comprar outro machado igual ao que perdi." E, banhado em pranto, lamentou a sua sorte.
Eis, porem, que surgiu no meio do rio, por entre a bruma densa, um gênio de formas gigantes que, segurando na mão um machado de ouro perguntou ao desolado lenhador:
-" É este o seu machado?"
-" Não!", respondeu ele. " Não é esse o meu machado"!
-" E este" - disse- " será este o seu machado que  caiu na água?"
-" Não senhor!"- tornou o lenhador. " Não é esse o meu machado!"
Submergindo outra vez, voltou o gênio com um machado de ferro e encarando o lenhador:
-"Diga-me: é porventura este o seu machado?"
-" É esse aí  meu machado"! exclamou cheio de alegria, o pobre homem.
Então o gênio, arremessando-lhe aos pés os três machados, bondosamente lhe disse:
-"Guarda-os, todos os três. São o prêmio da sua honestidade!"



                  
                    MARIA  CARRUCÁ

Um rei que tinha três filhos, vendo-os em idade de constituírem família, chamou-os e disse:
-"Meus filhos, é chegada a idade em que se torna preciso constituir família, atendendo `a elevada posição que  vocês tem. Vão, pois, procurar esposas;porém, procedam de modo que eu não tenha que me envergonhar da escolha!'
Os três príncipes saíram do palácio e partiram por diferentes caminhos em demanda de esposas.
Os dois mais velhos encontraram logo princesas que os quisessem para maridos e casaram-se. O mais moço, porém, por maiores esforços que empregasse, não encontrou quem julgasse digna de lhe oferecer a mão.
Desalentado, por não conseguir encontrar o que desejava, achava-se uma tarde à beira de uma lagoa e pegando uma varinha, começou a  rabiscar na areia. Impressionou-o, no entanto, estranhamente o fato de que, embora quisesse escrever um pensamento qualquer,só conseguia rabiscar a  palavra - sapo.
Tudo  que escrevia era sapo e, tendo afinal se irritado, exclamou:
-"Ora, saia de lá dessa lagoa uma sapa, que eu quer me  casar com ela!"
Imediatamente, saltou da lagoa uma sapinha que, postando-se em frente do príncipe, disse;
-"Aqui estou, meu adorado noivo!'
O príncipe acompanhou a sapa, que era uma formosa princesa encantada, para o fundo da lagoa, onde ficou deslumbrado por encontrar o mais suntuoso dos palácios e as mais maravilhosas riquezas.
Realizado o casamento, o príncipe foi comunicar o ocorrido a pai, que ficou muito desgostoso por saber que o filho havia se casado com um animal tão asqueroso.



Dias depois, o rei mandou a cada uma das noras uma finíssima toalha de cambraia, pedindo-lhes que a bordassem.
A sapa, logo que recebeu a toalha, chamou uma criada e disse:
-" Maria Carrucá, monta no pescoço do galo branco, vai à casa das senhoras princesas e diga-lhes que lhe mando pedir um pouco de fio de barbante bem grosso, para bordar a toalha do rei!"
Maria Carrucá, assim fez. As princesas, porém, que eram muito invejosas e estúpidas, responderam-lhe:
-" Vá dizer à senhora princesa D.Sapa que, se temos barbante, é para bordar as nossas toalhas!"
E assim disseram, melhor fizeram, bordando as toalhas que o rei mandara, com barbante grosso. A sapa, no entanto, bordou a sua com o mais fino fio de ouro.
-" Ora, vejam só!- disse o rei, " a sapa fez um trabalho tão minucioso e no entanto as princesas estragaram-me as toalhas com barbante grosseiro, transformando-as em pano de cozinha!"
Daí na alguns dias, o rei mandou a cada uma das noras, um cãozinho, para que elas os criassem com todo o desvelo, pois esses animais pertenciam a uma excelente raça de caça.
Apenas a sapa recebeu o cãozinho, disse para a criada:
-"Maria Carrucá, monta no pescoço do galo branco e vá a casa das senhoras princesas pedir-lhes da minha parte um pouco de cal para dissolver na água, a fim de lavar o cãozinho do rei e umas peles de toucinho para engordá-lo!"
Maria Carrucá foi desempenhar a sua função, mas as princesas disseram:
-" Vá dizer a senhora princesa D.Sapa, que se temos cal é para lavar os cãezinhos que o rei nos mandou e se temos toucinho é para alimentá-los!"
E assim  fizeram, de modo que os animais emagreceram, perderam quase todo o pelo e quase não podiam ficar em pé.
A sapa, no entanto, banhava o seu com água perfumada e alimentava-o com pão de lo e outras iguarias delicadas, de modo que se tornou um animal formosíssimo, o que muito admirou  rei, quando mandou buscar todos os três e viu  estado deplorável em que se achavam os outros, parecendo-lhe incrível que uma triste sapa se avantajasse em tudo a princesa de sangue azul.
Daí a alguns dias, o rei, desejando conhecer as noras pessoalmente, mandu convidá-las para um baile no palácio.
A sapa, logo que recebeu o convite, voltou-se para a criada e disse:
-"Maria Carrucá, monta no pescoço do galo branco e vai à casa das senhoras princesas pedir-lhes uma navalha para raspar a cabeça, a fim de ir ao baile do rei, pois é costume agora na corte, apresentarem-se as damas de cabeça raspada!'



 As princesas, porém, que por inveja não queriam que a sapa se apresentasse na moda, mandaram dizer-lhe que, se tinham navalhas, era para elas rasparem a cabeça.
E trataram de raspar a cabeça, apresentando-se no palácio como verdadeira Fúrias, o que muito desgostou o rei.
A sapa, no entanto, desencantou-se e readquirindo a sua forma de mulher, apresentou-se com elegante figurino, fazendo toda a corte pasmar pela sua extraordinária beleza e pela riqueza do seu vestiário.
O rei ficou satisfeito com ela, ao passo que só tinha palavras de desdém para as duas invejosas.








ERA UMA VEZ um casal que vivia junto à casa de uma bruxa má. A mulher estava grávida e, como a bruxa tinha um lindo quintal cheio de repolhos grandes e verdes, despertou nela a vontade de os comer. O marido bem lhe dizia que não podia ir lá buscar os  repolhos  pois pertenciam à bruxa malvada. Mas um dia, a sua mulher estava com tantos desejos de comer uma sopa de repolhos  que o marido não resistiu e foi, às escondidas, até à horta da bruxa.
Com muito cuidado e sem fazer barulho, apanhou um  repolho e levou-o à sua mulher para que esta pudesse fazer a sopa. Esta ficou tão satisfeita com a sopa que no dia seguinte pediu mais. O marido um pouco assustado, foi novamente ao quintal da bruxa mas quando estava quase a passar o muro com um grande  repolho  nas mãos, a bruxa cruel apareceu e gritou, furiosa:
“Como te atreves a entrar na minha horta e a roubar-me os meus repolhos?!
“Peço mil desculpas”, disso o homem, tremendo “mas a minha mulher está grávida e tem muitos desejos de comer sopa de repolhos… e os seus são tão verdes e deliciosos que ela não consegue resistir…”.
A bruxa esboçou um sorriso e disse: “A tua mulher gosta assim tanto dos meus repolhos?
“Sim, minha senhora” respondeu o marido.
“Pois muito bem, deixo-te levar todos os que quiseres, mas em troca quando o bebê nascer terás de me dar!”
O homem, como morria de medo da bruxa, concordou com ela e assim que pode, correu para casa para junto da sua mulher.
Uns meses mais tarde, a mulher dá à luz uma linda menina. Assim que a bruxa soube, foi logo a casa do casal para levar a bebê com ela. O casal tristemente entregou a sua filha à bruxa com a esperança de poder vê-la todos os dias, pois viviam ao lado da casa da bruxa.
A bruxa, ao ter a menina no seu colo sorriu e disse:
“Chamar-te-ei Rapunzel!” e saiu rapidamente levando a menina para sua casa.
Durante doze anos Rapunzel e bruxa viveram juntas, numa vida tranquila e sem problemas. Um dia a bruxa olhou bem para a Rapunzel e falou baixinho:
“Estás a ficar uma mocinha muito bonita, com os teus longos cabelos dourados. Terei de te esconder do mundo, pois não tarda nada aparecerá alguém para te levar de mim!”. E assim foi. Rapunzel foi levada pela bruxa para o meio de uma floresta distante e colocou-a numa torre muito alta, sem portas nem escadas, onde só se via no topo da torre uma pequena janela.


A partir daí, Rapunzel passava a maior parte dos seus dias sozinha e muito triste, e não compreendia porque é que a bruxa a tinha deixado naquela torre isolada. Os únicos amigos da menina eram os passarinhos que habitavam naquela floresta que, atraídos pela bela voz da Rapunzel, pousavam no parapeito da sua janela para a ouvir cantar.
Os anos passaram e Rapunzel transformou-se numa linda e jovem mulher cujos cabelos eram tão compridos que chegavam até ao chão que rodeava a torre. Aliás era pelos cabelos loiros e compridos da Rapunzel, penteados em tranças, que a bruxa subia todos os dias à torre para a visitar.


Uma linda manhã de primavera, Rapunzel estava à janela a cantar uma bela melodia quando um príncipe que passava por ali perto a ouviu. Admirado com tão bela voz, o jovem príncipe ficou curioso e seguiu a voz, até encontrar uma torre muito alta no meio da floresta.
“Que estranho… nunca tinha visto esta torre aqui, no meio da floresta. Tenho quase a certeza que ouvi alguém a cantar aqui dentro. Mas como é que posso entrar? Não vejo nem porta nem escada por onde subir!”.
Como já estava a ficar muito tarde, o príncipe decidiu regressar a casa. Mas como continuava muito curioso e encantado com aquela voz, decidiu voltar no dia seguinte.


Quando se aproximou da torre, viu uma estranha figura junto à torre que gritava “Rapunzel, Rapunzel, deixa cair as tuas tranças para eu poder subir!”. E logo a seguir, uma bela donzela de cabelos dourados apareceu à janela e lançou as suas tranças compridas pelas quais a bruxa subiu.
O belo príncipe, ainda espantado com o que via, pensou:
“Então é assim que se consegue subir à torre… Amanhã voltarei e tentarei a minha sorte!”.
E assim foi. De manhã muito cedo, o príncipe cavalgou até à torre e, imitando a voz da bruxa, disse: “Rapunzel, Rapunzel, deixa cair as tuas tranças para eu poder subir!”. Rapunzel ao ouvir está frase lançou imediatamente as suas compridas tranças e o príncipe rapidamente por elas subiu.


Quando Rapunzel viu o belo jovem, ficou um pouco assustada mas este sossegou-a, dizendo-lhe quem era e que tinha sido atraído pela sua bela voz. O príncipe ficou tão encantado com a Rapunzel que a partir daí, passou a visitá-la todos os dias.
Só que um dia, a bruxa apareceu mais cedo do que era costume, e viu o príncipe subir até à torre. Furiosa, jurou que se vingaria dos dois.
Assim que o príncipe foi embora, a bruxa chamou pela Rapunzel e subiu pelas suas tranças. Quando chegou lá acima, pegou numa tesoura e cortou as suas lindas e longas tranças, tirando Rapunzel da torre e abandonando-a no deserto.
“Aqui ficarás!” gritou a bruxa “onde ninguém te possa encontrar nem mesmo o teu príncipe amado!”. E continuou:
“Agora regressarei à torre para me vingar do teu querido príncipe”.
Rapunzel ficou desolada, e chorou amargamente a sua sorte e a do seu príncipe.
A bruxa regressou à torre e esperou pacientemente pelo rapaz. Quando este chamou por Rapunzel, a bruxa lançou as tranças que tinha cortado à menina e o príncipe, sem desconfiar de nada, subiu alegremente.
Qual não foi a sua surpresa quando em vez da Rapunzel, deu de caras com a bruxa. Esta, ao vê-lo, amaldiçoou-o e, empurrou-o torre abaixo. O príncipe caiu em cima de uns espinhos que, apesar de lhe terem salvo a vida, tiraram-lhe a visão.



A bruxa regressou a sua casa, muito satisfeita.
O príncipe cego, andou anos pela floresta perdido até que um dia, dando-se conta que se encontrava já fora da floresta, ouviu uma linda voz que imediatamente reconheceu!
Correndo em direção à voz, o mais rápido que pode, pois como estava cego, tropeçava em todas as pedras que se encontravam no caminho.
Rapunzel, ao vê-lo, correu na sua direção, chorando. Ao abraçá-lo, as lágrimas da Rapunzel inundaram-lhe o rosto e molharam os seus olhos cegos, que imediatamente se curaram. Finalmente estavam juntos e podiam ser felizes para sempre!


Quantas vezes eu li e reli essa história quando eu era criança? O meu mundo mágico continua e até hoje essas lindas histórias me encantam!


ERA UMA VEZ num reino distante, um rei e uma rainha que tiveram uma linda princesinha, a quem chamaram de Aurora.
Para celebrar o seu nascimento, todas as fadas foram convidadas para serem  madrinhas. Cada uma das fadas, como prenda, concedeu à princesinha um dom especial. Todas excepto uma, a fada má, que não foi convidada.



Esta, sabendo que todas as outras fadas tinham sido convidadas para celebrar o nascimento da princesa Aurora, decidiu aparecer na mesma à festa e, em vez de lhe conceder um dom à pequena princesa, lançou-lhe uma maldição:
- Princesa Aurora, no dia em que fizeres 15 anos irás picar-te num fuso e morrerás!



Todos no castelo ficaram muito aflitos. Por sorte, havia uma fada boa que ainda não tinha concedido o seu desejo e, não podendo evitar que Aurora se viesse a picar num fuso, alterou o feitiço da fada má, de modo que a princesinha em vez de morrer, caísse num sono profundo.




 Este feitiço só poderia ser quebrado ao fim de cem anos, quando um príncipe que por lá passasse se apaixonasse pela princesa e a beijasse.
Mesmo assim, o rei mandou destruir imediatamente todos os fusos e rocas que existiam no reino, para impedir que a sua filha se picasse.
As fadas, madrinhas da princesinha, pediram ao rei que deixassem a Aurora com elas, no meio de uma floresta. Ela seria criada por elas, bem longe da cidade e ficaria mais protegida.Muito tristes, mas temendo pelo destino da filha, os pais da princesa Aurora concordaram.
Os anos passaram e a vida continuou sem nenhuma agitação, tornando-se a maldição apenas uma má lembrança.
A princesa Aurora crescia em beleza, bondade e inteligência. Ajudava a cuidar da casa onde morava com as tias e nem desconfiava de sua verdadeira identidade. Amava passear pela floresta e brincar com os animais.

Esses a adoravam e as horas em que ela passava com eles, na floresta, eram maravilhosas. Aurora tinha um voz belíssima e gostava muito de cantar e os animais ficavam em silêncio para poderem ouvirem melhor.

Em um desses dias, o príncipe Felipe, que estava passeando pela floresta, ouviu  uma voz maravilhosa entoando uma canção e se aproximou, acabando por conhecer a princesa Aurora. Os dois acabaram se apaixonando.


A fada má, acabou descobrindo tudo e resolveu se vingar.



No dia do seu décimo quinto aniversário a princesa, que estava na cabana sozinha, se preparando para ir ao encontro de Felipe, é estranhamente atraída para o castelo da fada má. 
Dentro do castelo, ela, hipnotizada, segue uma luz verde, muito brilhante, até chegar a um quarto, em uma das torres do castelo. Lá, ela encontrou um objeto pontiagudo que não reconhecia.
- Que objeto tão estranho… que será?
Não resistindo à curiosidade pegou nele e acidentalmente picou-se! Imediatamente a princesinha cai num sono profundo.



A fada boa encontra a princesinha adormecida e leva-a para o castelo, deitando-a na sua cama real. A fada decide também adormecer todos os habitantes do castelo, num sono profundo durante cem anos.



Entretanto o jovem príncipe Felipe não desiste de encontrar a sua amada e, guiado pelas  fadas, atravessa a floresta e enfrenta um enorme dragão, que era a fada má transformada, e  que queria impedir que Felipe encontrasse Aurora. Mas, o  jovem e corajoso príncipe consegue atravessar a densa floresta que envolvia o castelo, destrói o dragão e encontra todos os seus habitantes adormecidos.




 Sabendo onde ela está adormecida,, dirige-se ao quarto da princesa e descobre a jovem, e não resiste a beijá-la.




Nesse momento, a princesa acorda, assim como todos os seus habitantes. A vida tinha voltado ao castelo!




Nesse mesmo dia, a princesa Aurora fica sabendo ser uma princesa e retorna ào castelo de seus pais. 



Celebrou-se o casamento entre a bela princesa Aurora e o corajoso príncipe, que viveram felizes para sempre.










 ERA UMA VEZ uma bela jovem chamada Cinderela que vivia com  seu pai, um comerciante viúvo e muito rico.
Cinderela perdera a mãe ainda criança e o seu pai, pensando que Cinderela precisava de uma nova mãe, decidiu casar-se novamente.



A madrasta da Cinderela, também era viúva e tinha duas filhas muito feias e muito más, do seu primeiro casamento.
Como o pai de Cinderela viajava muito, a madrasta malvada e as suas novas irmãs obrigavam a Cinderela, na ausência do pai, a fazer todos os trabalhos domésticos, fazendo troça dela sempre que podiam, e fingindo-se muito amigas na presença do pai.




 Quando o pai de Cinderela morreu, por ordem da madrasta, Cinderela passou a dormir no sótão e a vestir-se de farrapos. Cinderela nada mais tinha que o seu pobre quarto e os seus amigos animais que habitavam na floresta.




Tinha, também, em seu quarto, pequenos ratinhos que a amavam muito e todos se davam muito bem. Eram pássaros e ratinhos, aos quais Cinderela dava muito carinho.





Cinderela trabalhava, muito, a pobrezinha. Sua madrasta e filhas não a deixavam em paz, a atormentando  muito com pedidos e exigências  inúteis.Mas, Cinderela era muito boa e não as odiava e fazia tudo sem reclamar.




Um certo dia foi anunciado naquele reino que o Rei iria dar um baile no castelo, para que o seu filho, um jovem e belo príncipe, pudesse escolher entre todas as jovens do reino, aquela que seria sua esposa.Todas as jovens, no reino, foram convidadas, inclusive a madrasta e suas pérfidas e feias filhas.





Temendo que Cinderela fosse escolhida pois ela era realmente muito bela, a madrasta proibiu Cinderela de ir ao baile, argumentando não ter roupas adequadas para a vestir, enquanto suas irmãs experimentavam vestidos luxuosos para a festa.







Cinderela como era muito habilidosa, decidiu fazer o seu próprio vestido, com ajuda dos seus amiguinhos da floresta.Todos se empenharam em ajudar e o vestido estava ficando muito bonito.






 No final estava satisfeita pois tinha conseguido fazer um belo vestido.
Mas, na noite do baile, a madrasta e as suas filhas descobriram o vestido e furiosas, rasgaram-no em mil pedaços.








Desolada, Cinderela foi para o seu quarto a chorar. Sentada à janela, lamentava-se:
- Como sou infeliz! Não tenho nem tecido nem tempo para fazer um novo vestido…
Nesse mesmo momento, apareceu a sua fada madrinha que lhe disse:
-Não chores mais Cinderela, pois com a minha varinha mágica transformarei esta abóbora num coche puxado por quatro lindos cavalos brancos e destes panos velhos farei o mais formoso dos vestidos!




E então, Cinderela apareceu vestida com um suntuoso vestido azul e uns delicados sapatinhos de cristal; ao seu lado encontrava-se uma luxuosa carruagem dourada e um cocheiro muito bem vestido que gentilmente, lhe abria a porta.
Cinderela feliz da vida, entrou na carruagem, mas não sem antes ouvir as recomendações da fada madrinha:
- O encantamento terminará à meia-noite por isso terás de voltar a casa antes da última badalada, pois tudo voltará a ser o que era.
A jovem menina acenou que sim à fada com a cabeça, e partiu em direção ao castelo.
Quando entrou no salão, Cinderela estava tão bela que a madrasta e as suas irmãs, apesar de acharem aquele rosto familiar, não conseguiram reconhecê-la.
O príncipe, que não tinha demonstrado até então qualquer interesse pelas raparigas que se encontravam na festa, mal viu Cinderela, apaixonou-se perdidamente por ela.






Cinderela e o príncipe dançaram a noite inteira até que o relógio do castelo começou a tocar as doze badaladas. Cinderela ao ouvir o relógio, fugiu correndo pela escadaria que levava até aos jardins, mas no caminho, deixou ficar um dos seus sapatos de cristal.








O príncipe desolado, apanhou o sapato e, no dia seguinte ordenou aos criados do palácio que procurassem por todo o reino a dona daquele pequeno e delicado sapato de cristal.
Os criados foram percorrendo todas as casas e experimentando o sapato em cada uma das jovens. Quando chegaram a casa da Cinderela, a madrasta só chamou as suas duas filhas e ordenou ao criado que lhes colocasse o sapato.No entanto, para ter a certeza de que Cinderela não surgisse na sal para experimentar o sapatinho, a madrasta a trancou no seu quarto e escondeu a chave, voltando, assim, tranquilamente para a sala.





.Enquanto isso, na sala, as filhas horrorosas da madrasta estavam histéricas, tendo um ataque. Por muito que se esforçassem o sapato não serviu a nenhuma das irmãs.
Enquanto isso, no quarto, os amiguinhos de Cinderela se esforçavam para levar a chave até ela, porque eles haviam visto onde a madrasta havia escondido. E, depois de muitas tentativas, conseguiram libertar a jovem amiga.
Foi então que Cinderela surgiu na sala, e o criado insistiu em calçar-lhe o sapato.





 Este entrou sem dificuldade alguma. A madrasta e as suas duas filhas nem queriam acreditar!




A madrasta ainda tentou impedir que  Cinderela experimentasse o sapato, fazendo com que o sapatinho de cristal caísse e se quebrasse.Mas, Cinderela tinha  outro par e, para espanto de todos, tirou do seu bolso do avental e  entregou ao  criado do rei!






O príncipe, sabendo do sucedido, veio imediatamente buscar a Cinderela, montado no seu cavalo branco e levou-a para o castelo, onde a apresentou ao rei e à rainha. Poucos dias depois, casaram-se numa linda festa, e foram felizes para sempre.




Quando eu ouvi a história da Branca de Neve, pela primeira vez, queria crescer logo para ter o meu sapatinho de cristal e encontrar  meu príncipe! Ah, a doce imaginação infantil...



ERA UMA VEZ um rei que vivia num reino distante, com a sua filha pequena, que se chamava Branca de Neve. O rei, como era viúvo e se sentia muito  se sentia só, voltou a casar, achando que também seria bom para a sua filha ter uma nova mãe. A nova rainha era uma mulher muito bela mas também muito má, e não gostava de Branca de Neve que, quanto mais crescia, mais bela se tornava.


O rei nada percebia e pensava ser a sua filha a menina mais feliz do mundo.
A rainha malvada tinha ,em seu quarto, em grande espelho mágico, ao qual perguntava, todos os dias:

 -Espelho meu, espelho meu, haverá no mundo, mulher mais bela do que eu?
E o espelho respondia:
- Não minha rainha, é a senhora  a mulher mais bela!

Mas, um dia, por uma fatalidade do destino, o rei teve uma morte súbita, deixando Branca de Neve muito triste.
A rainha, após os funerais do rei, passou a tratar muito mal e menina, colocando-a para fazer o serviço pesado do castelo.
E Branca de Neve ia crescendo em bondade, beleza  e educação.





Cada vez ela ficava com a pele mais branca, com os cabelos mais negros e com os lábios vermelhos como morangos maduros.






Mas uma manhã,depois de muito tempo a rainha voltou a perguntar o mesmo ao espelho, e este respondeu:
- A senhora  é muito bonita, minha rainha, mas Branca de Neve é agora a mais bela!








Furiosa, a rainha ordenou a um dos seus servos, que era um notável caçador, homem duro de coração,  que levasse Branca de Neve até à floresta e a matasse, trazendo-lhe de volta o seu coração, como prova.






Mas o caçador, apesar de estar muito acostumado a matar, gostava da  princesa e teve pena da Branca de Neve . Na floresta, ele lhe disse  para fugir em direção em frente e nunca mais voltar ao reino.´já que a rainha queria a sua morte. Depois disso, ele matou um veado, tirou o coração dele e o levou à rainha, como se fosse o coração da princesa. Após ter feito isso, o caçador fugiu do reino, antes que a rainha descobrisse toda a verdade!
Perdida no meio da floresta, pois nunca havia saído dos arredores do castelo, Branca de Neve estava apavorada!





 Branca de Neve, no entanto, recebeu o carinho de muitos animais na floresta e ficou mais tranquila.  animais, os quais se tornaram seus amigos. Também encontrou uma pequenina casa e bateu a sua porta.






 Como ninguém respondeu e a porta não estava fechada à chave, entrou. Era uma casa muito pequena, que tinha sete caminhas, todas muito pequeninas, assim como as cadeiras, a mesa e tudo o mais que se encontrava na casa. Também estava muito suja e desarrumada, e Branca de Neve decidiu arrumá-la. E todos os animaizinhos a ajudaram nessa tarefa e ela cantava enquanto trabalhava, Os animaizinhos estavam muito felizes em poder ajudar a nova amiguinha!







Branca de Neve parava um pouco, para descansar e brincava um pouco com seus novo amigos.





Mas o serviço não podia parar e todos voltavam a trabalhar muito!
 No fim, como estava muito cansada, deitou-se nas pequenas camas, que colocou todas juntas, e adormeceu.




A casa era dos sete anões que viviam na floresta e, durante o dia, trabalhavam perto dali!
Ao anoitecer, os sete anões regressavam à sua casinha, quando deram com Branca de Neve, adormecida nas suas caminhas. Que surpresa! Com tanta excitação, Branca de Neve acordou, espantada e rapidamente se apresentou:
- Eu sou a Branca de Neve.
E os sete anões, todos contentes, também se apresentaram:





Dengoso
Feliz
Mestre

- Eu sou o Feliz!
- Eu sou o Atchim e este é o Dunga!





Zangado
Soneca



- Eu sou o  Mestre, e estes são o Soneca e o Dengoso.
- E eu sou o Zangado!
- Prazer em conhecê-los. Respondeu Branca de Neve, e logo contou a sua triste história. 





Os anões convidaram Branca de Neve a viver com eles e ela aceitou, prometendo-lhes que tomaria conta da casa deles.





Os anões trabalhavam em uma mina de diamantes e todos os dias saíam  bem cedinho e retornavam somente a noitinha!




Feliz e Dunga
A vida de Branca de Neve junto com os anões era a mais pura alegria! Todos viviam tranquilos e muito felizes!










Mas a rainha má, através do seu espelho mágico, descobriu que Branca de Neve estava viva e que vivia na floresta com os anões.
Então, furiosa, ela tomou uma poção mágica e transformou-se numa bruxa. Colocou dentro de um cesto, maçãs maravilhosas, mas uma estava envenenada! E partiu em direção à casa dos anões! E  foi ter com Branca de Neve!





Quando viu Branca de Neve, cumprimentou-a gentilmente, e ofereceu-lhe a maça que tinha veneno.









Ao trincá-la, Branca de Neve caiu, como se estivesse morta.









 A malvada rainha, feliz, fugiu e, avisados pelos animais do bosque, os sete anões regressam apressadamente a casa,.


Mas no meio do caminho encontraram a malvada rainha e a perseguiram pelo bosque a dentro. 






Perseguida, a rainha não tem como escapar e acaba morrendo, caindo de um despenhadeiro.
Os anões voltam para casa e encontram Branca de Neve, caída no chão, desacordada. E nada que eles fizessem, acordariam a menina novamente.

.

Muito chorosos, os anões colocam Branca de Neve numa caixa de vidro, rodeada por flores.










Estavam todos em volta de Branca de Neve, quando surgiu, no meio do bosque, um príncipe no seu cavalo branco. Ao ver Branca de Neve, o príncipe de imediato se apaixonou por ela e, num impulso, beijou-a. Branca de Neve acordou: Afinal estava viva!






Os anões saltaram de alegria e Branca de Neve ficou maravilhada com o príncipe!

O príncipe levou Branca de Neve para o seu castelo, onde casaram e viveram muito felizes para sempre.






Passavam, um dia, dua fadas por um jardim formosíssimo, quando viram um monte de estrume que o chacareiro havia deixado para estercar a terra.


-"Que coisa nojenta", disse uma delas. " Como  é que se consente num jardim tão lindo, tamanha porcaria, ainda que seja por um momento?"
-" Tive uma ideia", disse a outra fada. " Eu fado para que essa porcaria se transforme numa mulher tão linda como a Loena, a princesa adivinha, que é a mais formosa criatura do mundo!"
-" E eu fado", retorquiu a outra fada, " para que ela tenha um anel no dedo. Enquanto estiver com esse anel,só poderá falar a palavra " porcaria" sem que nada mais possa dizer. Tirando esse anel, será uma moça instruída e espirituosa, ao passo que, quem o usar, ficara com o mesmo defeito!"
As duas fadas desapareceram e, do estrume, surgiu uma moça maravilhosamente bela.


Era nos jardins reais. O príncipe, passando por acaso, viu-a e sentiu-se apaixonado. Perguntando-lhe quem era e de onde vinha, como se chamava, só obteve em resposta:
-" Porcaria...porcaria!"
Admirado por ouvir aquela grosseria, tão suja, em boca tão formosa, sua alteza insistiu. Em vão! A deslumbrante moça só respondia:
-" Porcaria...porcaria!"

O príncipe quis faze-la sua esposa, mas o rei, os ministros, os conselheiros da coroa e os grandes dignatários não  consentiram.
Não podendo, entretanto, deixar de vê-la todos os dias, o futuro soberano alojou-a no palácio.
Tempos depois teve de se casar como era obrigado por lei.Deram-lhe por noiva uma princesa, filha de um imperador vizinho e aliado.
Preparando-se  a " toilette" da noiva, uma criada lembrou que a moça misteriosa tinha um anel sem igual.
Tirou-o e apresentou-o à sua nova ama, que o enfiou no dedo.
Quando o cortejo chegou à igreja, na hora da celebração do casamento, perguntando o padre à noiva, se livremente recebia o príncipe, ouviu-a dizer:
-" Porcaria...porcaria!'
O príncipe, em vista daquilo, exclamou:
-"Não! não me serve! Porcaria por porcaria, tenho no palácio uma melhor!"
Foram buscar a moça misteriosa, a qual encontraram falando e conversando com todo  espirito e o casamento foi celebrado.



Havia, numa bela mansão, uma jovem criada, muito  trabalhadora, honesta, dedicada a seus patrões, chamada Idalina. Todos os dias, ela cuidava muito bem da mansão, limpando, organizando e verificando o serviço dos demais serviçais.
Uma manhã enevoada, ao abrir o portão da mansão, encontrou um envelope no meio do tapete, endereçado a ela. Muito espantada, pois não costumava receber convites de ninguém, abriu o envelope misterioso.


Era um convite  da parte dos Anões Mágicos, que lhe convidavam para ser madrinha de um de seus filhos. Achando que era uma brincadeira, Idalina não acreditou.
Continuou a fazer  seu serviço normalmente, mas aquele convite não lhe saia da cabeça.
Na mansão, havia uma outra criada, de idade mais avançada e muito sábia. Num momento de descanso, Idalina foi ter com ela e lhe contou tudo, lhe pedindo conselhos.
A velha criada, temerosa, aconselhou-a a aceitar, porque recusar um convite desses poderia ser muito perigoso.
No dia marcado, um grupo de anões vieram buscá-la ao entardecer e levaram-na para uma caverna existente dentro da floresta, bem debaixo de uma bela cachoeira.
A mãe do menino que nascera estava deitada numa belíssima cama, toda em ouro, cercada de pérolas e pedras preciosas e suas cobertas era feitas do mais puro linho todo bordado em ouro.
O menino, belíssimo por sinal, estava adormecido, aconchegado em um berço da mais pura prata, cercado por minúsculas fadinhas que cantavam para ele dormir.
Depois do batismo, Idalina quis voltar para a mansão, mas os anões pediram que ela ficasse por mais três dias, para participar de toda a comemoração pelo nascimento do pequeno. Idalina, por um momento hesitou, mas acabou concordando e durante esses três dia, se divertiu muito, fazendo dos anões, seus mais agradáveis e sinceros amigos.
No final dos três dias, Idalina se despediu e regressou a mansão. Estava cansada, mas feliz.
No entanto, a abrir a porta da residência, foi surpreendida por pessoas estranhas.
Então, naquele momento, ela soube que não havia ficado apenas três dias em companhia dos anões, mas sim longos sete anos. Durante todo esse tempo, seus patrões haviam morrido e deixaram, para ela, toda a sua fortuna.
Idalina estava rica!
Dali para frente, Idalina cuidou muito bem de toda aquela fortuna, auxiliando os mais pobres e amparando as crianças órfãs que batiam à sua porta.




                             AS  FADAS




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                Charles Perrault


Era uma vez uma viúva que tinha duas filhas.

A mais velha se parecia tanto com ela, no humor e de rosto, que quem a via, enxergava a própria mãe. Mãe e filha eram tão desagradáveis e orgulhosas que ninguém as suportava. 

A filha mais nova, que era o retrato do pai, pela doçura e pela educação, era, ainda por cima, a mais linda moça que já se viu. 

Como queremos bem, naturalmente, a quem se parece conosco, essa mãe era louca pela filha mais velha. E tinha, ao mesmo tempo, uma tremenda antipatia pela mais nova, que comia na cozinha e trabalhava sem parar como se fosse uma criada. 

Tinha a pobrezinha, entre outras coisas, de ir, duas vezes por dia, buscar água a meia légua de casa, com uma enorme moringa, que voltava cheia e pesada. 






Um dia, nessa fonte, lhe apareceu uma pobre velhinha, pedindo água: 

- Pois não, boa senhora - disse a linda moça. 

E, enxaguando a moringa, tirou água da mais bela parte da fonte, dando-lhe de beber com as próprias mãos, para auxiliá-la. 

A boa velhinha bebeu e disse: 

- Você é tão bonita, tão boa, tão educada, que não posso deixar de lhe dar um dom .Na verdade, essa mulher era uma fada, que tinha tomado a forma de uma pobre camponesa para ver até onde ia a educação daquela jovem. 

- A cada palavra que falar - continuou a fada -, de sua boca sairão uma flor ou uma pedra preciosa. 

Quando a linda moça chegou a casa, a mãe reclamou da demora. 

- Peço-lhe perdão, minha mãe - disse a pobrezinha -, por ter demorado tanto. 

E, dizendo essas palavras, saíram-lhe da boca duas rosas, duas pérolas e dois enormes diamantes. 

- O que é isso? - disse a mãe espantada -, acho que estou vendo pérolas e diamantes saindo da sua boca. De onde é que vem isso, filha? Era a primeira vez que a chamava de filha. 

A pobre menina contou-lhe honestamente tudo o que tinha acontecido, não sem pôr para fora uma infinidade de diamantes. 

- Nossa! - disse a mãe -, tenho de mandar minha filha até a fonte. 

- Filha, venha cá, venha ver o que está saindo da boca de sua irmã quando ela fala; quer ter o mesmo dom? Pois basta ir à fonte, e, quando uma pobre mulher lhe pedir água, atenda-a educadamente. 

- Só me faltava essa! - respondeu a mal-educada- Ter de ir até a fonte! 

- Estou mandando que você vá - retrucou a mãe. E já! 

Ela foi, mas reclamando. Levou o mais bonito jarro de prata da casa. 

Mal chegou à fonte, viu sair do bosque uma dama magnificamente vestida, que veio lhe pedir água. 

Era a mesma fada que tinha aparecido para a irmã, mas que surgia agora disfarçada de princesa, para ver até onde ia a educação daquela moça. 



- Será que foi para lhe dar de beber que eu vim aqui? - disse a grosseira e orgulhosa. - Se foi, tenho até um jarro de prata para a madame! Tome, beba no jarro, se quiser. 

- Você é muito mal-educada - disse a fada, sem ficar brava. 
- Pois muito bem! Já que é tão pouco cortês, seu dom será o de soltar pela boca, a cada palavra que disser, uma cobra ou um sapo. 
Quando a mãe a viu chegar, logo lhe disse: 
- E então, filha? 
- Então, mãe! - respondeu a mal-educada, soltando pela boca duas cobras e dois sapos. 
- Meu Deus! - gritou a mãe -, o que é isso? A culpa é da sua irmã, ela me paga. E imediatamente ela foi atrás da mais nova para espancá-la. 
A pobrezinha fugiu e foi se esconder na floresta mais próxima. 
O filho do rei, que estava voltando da caça, encontrou-a e, vendo como era linda, perguntou-lhe o que fazia ali tão sozinha e por que estava chorando. 
- Ai de mim, senhor, foi minha mãe que me expulsou de casa. 
O filho do rei, vendo sair de sua boca cinco ou seis pérolas e outros tantos diamantes, pediu-lhe que lhe dissesse de onde vinha aquilo. 

Ela lhe contou toda a sua aventura. O filho do rei apaixonou-se por ela e, considerando que tal dom valia mais do que qualquer dote, levou-a ao palácio do rei, seu pai, onde se casou com ela. 

Quanto à irmã, a mãe ficou tão irada contra ela que a expulsou de casa. 

E a infeliz, depois de muito andar sem encontrar ninguém que a abrigasse, acabou morrendo num canto do bosque. 






Moral da História

Se diamantes e dinheiro têm

Para as pessoas valor, 

Mais valor têm as palavras

E, mais que valor, resplendor. 



         A  BELA  E  A  COBRA

Era uma vez um rei que tinha três filhas, uma das quais era muito formosa e ao mesmo tempo dotada de boas qualidades. Chamava-se Bela. O rei tinha sido muito rico, mas, por causa de um naufrágio, ficou completamente pobre. Um dia foi fazer uma viagem; antes porém perguntou às filhas o que queriam que ele lhes trouxesse. – Eu, disse a mais velha, quero um vestido e um chapéu de seda.
– Eu, disse a do meio, quero um guarda-sol de cetim.

– E tu que queres? – perguntou ele à mais nova.

– Uma rosa tão linda como eu, respondeu ela.

– Pois sim, disse ele.

E partiu. Passado algum tempo trouxe as prendas de suas filhas, disse à mais nova:
– Pega lá esta linda rosa. Bem cara me ficou ela!
Bela ficou muito preocupada e perguntou ao pai por que é que lhe tinha dito aquilo. Ele, a princípio, não lho queria dizer, mas ela tantas instâncias fez, que ele lhe respondeu que no jardim onde tinha colhido aquela rosa encontrou uma cobra, que lhe perguntou para quem ela era; que ele lhe respondeu que era para a sua filha mais nova e ela lhe disse que lha havia de levar, se não que era morto. Depois disse ela:
– Meu pai, não tenha pena, que eu vou.


Assim foi. logo que ela entrou naquele palácio, ficou admirada de ver tudo tão asseado, mas ia com muito medo. O pai esteve lá um pouco de tempo e depois foi-se embora. Bela, quando ficou só, foi a uma sala e viu a cobra. Ia-se a deitar quando começaram a ajudarem-na a despir. Estava ela na cama quando sentiu uma coisa fria deu um grito e disse-lhe uma voz: – Não tenhas medo.
Em seguida foi ver o que era e apareceu-lhe uma cobra. Ela, a princípio, assustou-se, mas depois começou a afagá-la. Ao outro dia de manhã apareceu-lhe a mesa posta com o almoço. Ao jantar viu pôr a mesa, mas não viu ninguém; a noite foi-se deitar e encontrou a mesma cobra. Assim viveu durante muito tempo, até que um dia foi visitar o pai; mas quando ia a sair ouviu uma voz que lhe disse:
– Não te demores acima de três dias, senão morrerás.
Ia a continuar o seu caminho e já se esquecia do que a voz lhe tinha dito. Chegou a casa do pai. Iam a passar três dias quando se lembrou que tinha de tornar; despediu-se de toda a sua família e partiu a galope; chegou lá à noite, foi-se deitar, como tinha de costume, mas já não sentiu o tal bichinho. Cheia de tristeza, levantou-se pela manhã muito cedo, foi procurá-lo no jardim e qual não foi a sua admiração vendo-o no fundo dum poço! 

Ela começou a afagá-lo chorando; mas, quando chorava, caiu-lhe uma lágrima no peito da cobra; assim que a lágrima lhe caiu a cobra transformou-se num príncipe, que ao mesmo tempo lhe disse:
– Só tu, minha donzela, me podias salvar! Estou aqui há uns poucos de anos e, se tu não chorasses sobre o meu peito, ainda aqui estaria cem anos mais.
O príncipe gostou tanto dela que casou com ela e lá viveram durante muitos anos.

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AS  DOZE  PRINCESAS





Era uma vez um rei que tinha doze filhas muito lindas. Dormiam em doze camas, todas no mesmo quarto; e quando iam para a cama, as portas do quarto eram trancadas a chave por fora. Pela manhã, porém, os seus sapatos apresentavam as solas gastas, como se tivessem dançado com eles toda a noite; ninguém conseguia descobrir como acontecia isso.

Então, o rei anunciou por todo o país que se alguém pudesse descobrir o segredo, e saber onde as princesas dançavam de noite,casaria com aquela de quem mais gostasse e seria o seu herdeiro do trono; mas quem tentasse descobrir isso, e ao fim de três dias e três noites não o conseguisse, seria morto.

Apresentou-se logo o filho de um rei. Foi muito bem recebido e à

noite levaram-no para o quarto ao lado daquele onde as princesas

dormiam nas suas doze camas.

Ele tinha que ficar sentado para ver onde elas iam dançar; e,para que nada se passasse sem ele ouvir, deixaram-lhe aberta a porta do quarto. Mas o rapaz daí a pouco adormeceu; e, quando acordou de manhã, viu que as princesas tinham dançado de noite, porque as solas dos seus sapatos estavam cheias de buracos. O mesmo aconteceu nas duas noites seguintes e por isso o rei ordenou que lhe cortassem a cabeça. Depois dele vieram vários outros; nenhum teve melhor sorte, e todos perderam a vida da mesma maneira.

Ora, um ex-soldado, que tinha sido ferido em combate e já não mais podia guerrear, chegou ao país. Um dia, ao atravessar uma floresta, encontrou uma velha, que lhe perguntou aonde ia.
— Quero descobrir onde é que as princesas dançam, e assim,e assim, mais tarde, vir a ser rei.
— Bem, disse a velha, - isso não custa muito. Basta que tenhas cuidado e não bebas do vinho que uma das princesas te
trouxer à noite. Logo que ela se afastar, deves fingir estar 
dormindo profundamente. 
E, dando-lhe uma capa, acrescentou:
— Logo que puseres esta capa tornar-te-ás invisível e poderás seguir as princesas para onde quer que elas forem.
Quando o soldado ouviu estes conselhos, foi ter com o rei, que ordenou lhe fossem dados ricos trajes; e, quando veio a noite, conduziram-no até o quarto de fora. Quando ia deitar-se, a mais velha das princesas trouxe-lhe uma taça de vinho, mas o soldado entornou-a toda sem ela o perceber. Depois estendeu-se na cama, e 
daí a pouco pôs-se a ressonar como se estivesse dormindo. As doze princesas puseram-se a rir, levantaram-se, abriram as malas, e, vestindo-se esplendidamente, começaram a saltitar de contentes,como se já se preparassem para dançar. A mais nova de todas, porém, subitamente preocupada, disse:— Não me sinto bem. Tenho certeza de que nos vai suceder alguma desgraça.
— Tola!, replicou a mais velha. Já não te lembras de quantos filhos de rei nos têm vindo espiar sem resultado? E, quanto ao soldado, tive o cuidado de lhe dar a bebida que o fará dormir.
Quando todas estavam prontas, foram espiar o soldado, que
continuava a ressonar e estava imóvel. Então julgaram-se seguras;
e a mais velha foi até a sua cama e bateu palmas: a cama enfiou-se
logo pelo chão abaixo, abrindo-se ali um alçapão. 
O soldado viu-as
descer pelo alçapão, uma atrás das outra. Levantou-se, pôs a capa 
que a velha lhe tinha dado, e seguiu-as. No meio da escada,
inadvertidamente, pisou a cauda do vestido da princesa mais nova,
que gritou às irmãs:
— Alguém me puxou pelo vestido!
—Que tola!, disse a mais velha. Foi um prego da parede.
Lá foram todas descendo e, quando chegaram ao fim, encontraram-se
num bosque de lindas árvores. As folhas eram todas de prata e tinham um brilho maravilhoso. O soldado quis levar uma lembrança dali, e partiu um raminho de uma das árvores.
Foram ter depois a outro bosque, onde as folhas das árvores eram
de ouro; e depois a um terceiro, onde as folhas eram de diamantes.
E o soldado partiu um raminho em cada um dos bosques. Chegaram finalmente a um grande lago; à margem estavam encostados doze barcos pequeninos, dentro dos quais doze príncipes muito belos pareciam à espera das princesas.
Cada uma das princesas entrou em um barco, e o soldado saltou
para onde ia a mais moça. Quando iam atravessando o lago, o
príncipe que remava o barco da princesa mais nova disse:
—Não sei por que é, mas apesar de estar remando com quanta
força tenho, parece-me que vamos mais devagar do que de costume. O 
barco parece estar hoje muito pesado.
—Deve ser do calor do tempo, disse a jovem princesa.
Do outro lado do lago ficava um grande castelo, de onde vinha um
som de clarins e trompas. Desembarcaram todos e entraram no
castelo, e cada príncipe dançou com a sua princesa; o soldado
invisível dançou entre eles, também; e quando punham uma taça de
vinho junto a qualquer das princesas, o soldado bebia-a toda, de
modo que a princesa, quando a levava à boca, achava-a vazia. A
mais moça assustava-se muito, porém a mais velha fazia-a calar.
Dançaram até as três horas da madrugada, e então já os seus
sapatos estavam gastos e tiveram que parar. Os príncipes
levaram-nas outra vez para o outro lado do lago - mas desta vez o
soldado veio no barco da princesa mais velha - e na margem oposta
despediram-se, prometendo voltar na noite seguinte.
Quando chegaram ao pé da escada, o soldado adiantou-se às
princesas e subiu primeiro, indo logo deitar-se.As princesas,
subindo devagar, porque estavam muito cansadas, ouviam-no sempre  ressonando, e disseram:
—Está tudo bem.
Depois despiram-se, guardaram outra vez os seus ricos trajes,
tiraram os sapatos e deitaram-se. De manhã o soldado não disse
nada do que tinha visto, mas desejando tornar a ver a estranha
aventura, foi ainda com as princesas nas duas noites seguintes. Na
terceira noite, porém, o soldado levou consigo uma das taças de  ouro como prova de onde tinha estado.
Chegada a ocasião de revelar o segredo, foi levado à presença do

rei com os três ramos e a taça de ouro. As doze princesas

puseram-se a escutar atrás da porta para ouvir o que ele diria.

Quando o rei lhe perguntou: 

—Onde é que as minhas doze filhas gastam seus sapatos de

noite?

Ele respondeu:
—Dançando com doze príncipes num castelo debaixo da terra.

Depois contou ao rei tudo o que tinha sucedido, e mostrou-lhe os três ramos e a taça de ouro que trouxera consigo.
O rei chamou as princesas e perguntou-lhes se era verdade o que o soldado tinha dito. Vendo que seu segredo havia sido descoberto, elas confessaram tudo.
O rei perguntou ao soldado com qual delas ele gostaria de casar.
—Já não sou muito novo, respondeu, - por isso quero a mais
velha.
Casaram-se nesse mesmo dia e o soldado tornou-se herdeiro do trono.
Quanto às outras princesas e seus bailes no castelo encantado...
Pelos buracos nas solas dos sapatos, elas continuam dançando até hoje...






 A  BELA  E  A  FERA




Há muitos anos, em uma terra distante, viviam um mercador e suas três filhas . A mais jovem era a mais linda e carinhosa, por isso  era chamada de "BELA".
Um dia, o pai teve de viajar para longe a negócios. Reuniu as
suas filhas e disse:

— Não ficarei fora por muito tempo. Quando voltar trarei
presentes. O que vocês querem? - As irmãs de Bela pediram

presentes caros, enquanto ela permanecia quieta.

O pai se voltou para ela, dizendo :
— E você, Bela, o que quer ganhar?
— Quero uma rosa, querido pai, porque neste país elas não
crescem, respondeu Bela, abraçando-o forte.

O homem partiu, conclui os seus negócios, pôs-se na estrada para não demorar para voltar.
 Tanta era a vontade de abraçar as filhas, que viajou por
muito tempo sem descansar. Estava muito cansado e faminto, quando, a pouca distância de casa, foi surpreendido, em uma mata, por furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho.
Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada, quando, de repente, descobriu ao longe uma luz fraca. Com as forças que lhe restavam dirigiu-se para aquela última esperança.
Chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e acolhedor. Bateu várias vezes, mas sem resposta. Então, decidiu entrar para esquentar-se e esperar os donos da casa. O interior da casa era realmente, era suntuoso, ricamente iluminado e mobiliado de maneira esquisita.
O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e
percebeu que havia uma mesa para uma pessoa, com comida quente e vinho delicioso.
Extenuado, sentou-se e começou a devorar tudo. Atraído depois pela luz que saía de um quarto vizinho, foi para lá, encontrou uma grande sala com uma cama acolhedora, onde o homem se esticou, adormecendo logo. De manhã, acordando, encontrou vestimentas limpas e uma refeição muito farta. Repousado e satisfeito, o pai de Bela saiu do palácio, perguntando-se espantado por que não havia encontrado nenhuma pessoa. Perto do portão viu uma roseira com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela. Parou e colheu a mais perfumada flor. Ouviu, então, atrás de si um rugido pavoroso e, voltando-se, viu um ser monstruoso que disse:
— É assim que pagas a minha hospitalidade, roubando as
minhas rosas? Para castigar-te, sou obrigado a matar-te!
O mercador jogou-se de joelhos, suplicando-lhe para ao menos deixá-lo ir abraçar pela última vez as filhas. A fera lhe propôs, então, uma troca: dentro de uma semana devia voltar ou ele ou uma de suas filhas em seu lugar.
Apavorado e infeliz, o homem retornou para casa, jogando-se aos pés das filhas e perguntando-lhes o que devia fazer. Bela
aproximou-se dele e lhe disse:
— Foi por minha causa que incorreste na ira do monstro. É
justo que eu vá...

De nada valeram os protestos do pai, Bela estava decidida.




Passados os sete dias, partiu para o misterioso destino.

Chegada à morada do monstro, encontrou tudo como lhe havia descrito o pai e também não conseguiu encontrar alma viva.


Pôs-se então a visitar o palácio e, qual não foi a sua surpresa,

quando, chegando a uma extraordinária porta, leu ali a inscrição com caracteres dourados: "Apartamento de Bela".
Entrou e se encontrou em uma grande ala do palácio, luminosa
e esplêndida. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim.
Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta.
Abriu-a com cautela e se encontrou ante de Fera. Amedrontada,
retornou e fugiu através da salas. Alcançada a última, percebeu
que fora seguida pelo monstro. Sentiu-se perdida e já ia implorar
piedade ao terrível ser, quando este, com um grunhido gentil,
suplicante lhe disse:

— Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo ; mas não sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes, honrar-me com tua presença no jantar.
Ainda apavorada, mas um pouco menos temerosa, bela consentiu e ao fim da tarde compreendeu que a fera não era assim malvada.





Passaram juntos muitas semanas e Bela cada dia se sentia

afeiçoada àquele estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil,

culto e educado.
Uma tarde , a Fera levou Bela à parte e, timidamente, lhe disse:

— Desde quando estás aqui a minha vida mudou. Descobri que me apaixonei por ti. Bela, queres casar-te comigo?


A moça, pega de surpresa, não soube o que responder e, para

ganhar tempo, disse:

— Para tomar uma decisão tão importante, quero pedir pedir
conselhos a meu pai que não vejo há muito tempo!
A Fera pensou um pouco, mas tanto era o amor que tinha por ela

que, ao final, a deixou ir, fazendo-se prometer que após sete dias voltaria.

Quando o pai viu Bela voltar, não acreditou nos próprios olho pois a imaginava já devorada pelo monstro. Pulou-lhe ao pescoço e 
a cobriu de beijos. Depois começaram a contar-se tudo que
acontecera e os dias passaram tão velozes que Bela não percebeu
que já haviam transcorridos bem mais de sete.
Uma noite, em sonhos, pensou ver a Fera morta perto da roseira.
Lembrou-se da promessa e correu desesperadamente ao palácio.
Perto da roseira encontrou a Fera que morria.



Então, Bela a abraçou forte, dizendo:

— Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por ti só
uma grande estima, mas como sofro, percebo que te amo.

Com aquelas palavras a Fera abriu os olhos e soltou um sorriso radioso e diante de grande espanto de Bela começou a


transformar-se em um esplêndido jovem, o qual a olhou comovido e disse:

— Um malvado encantamento me havia preso naquele corpo
monstruoso. Somente fazendo uma moça apaixonar-se podia vencê-lo e tu és a escolhida. Queres casar-te comigo agora?
Bela não fez repetir o pedido e a partir de então viveram felizes e apaixonados.






     O DRAGÃO VIOLETA



Era uma vez uma floresta enorme e muito antiga, onde moravam muitos animais, e todos viviam satisfeitos. Tinham tudo aquilo de que precisavam e não eram incomodados pelos homens, pois estes ainda não tinham descoberto esta floresta. Só evitavam a parte norte da floresta. Segundo uma antiga lenda, havia aí um terrível dragão cor-de-violeta que comia tudo o que lhe aparecia à frente. Nunca nenhum dos animais vira o dragão violeta mas, mesmo assim, não se aventuravam a ir à parte norte.


Na floresta viviam também muitos ursos com os seus filhos. Um desses ursinhos era o Nestor. Nestor era mais pequeno do que os outros ursos da sua idade. Não conseguia correr tão depressa como os seus companheiros de jogo, na luta perdia sempre e, na subida às árvores, era sempre o último. Por isso, muitas vezes, os outros ursinhos, não queriam deixá-lo brincar. E, ainda por cima, riam-se dele.

Nestor era mais fraco do que os outros, sim, mas era muito corajoso.

Quando, certo dia, os ursinhos voltaram a não querer deixá-lo brincar com eles, saiu dali em direcção ao norte, onde morava o dragão violeta. Mas o ursinho nem estava a pensar no dragão. Após ter corrido muito, Nestor foi parar a uma bela clareira. Sentou-se em cima de uma pedra e pôs-se a reflectir na injustiça dos seus companheiros. De repente, ouviu-se um leve estalar no meio das árvores e a cabeça do dragão violeta apareceu por cima delas. O ursinho apanhou um valente susto ao ver o enorme animal. Mas o dragão violeta tinha uma cara tão amorosa, que Nestor perdeu o medo todo. Ficaram a olhar um para o outro durante um bocado. Nestor percebeu que o dragão também se sentia só. Ergueu-se e tocou na ponta do nariz do dragão, que fungou baixinho e sorriu. Em seguida, encolheu o enorme pescoço e desapareceu por entre a copa das árvores.
O ursinho regressou a casa feliz. Será que devia contar aos amigos o encontro que tivera com o dragão? De certeza que não iam acreditar numa única palavra.
“Amanhã volto outra vez à clareira”, pensou Nestor. “Será que o dragão violeta vai aparecer?”
Só de pensar no encontro, Nestor já se sentia feliz!
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