onze rapazes e uma menina chamada Elisa. Eram crianças felizes. Passavam os seus dias a brincar no parque do castelo e na escola usavam lápis de diamante e quadros de ouro.
Um dia a mãe morreu e, pouco tempo depois, o pai decidiu voltar a casar. A nova mulher tinha muitos ciúmes dos enteados e, tantas maldades fez, que conseguiu afastá-los do castelo. Elisa foi entregue a uma família de camponeses. Quanto aos rapazes, a madrasta lançou-lhes um feitiço que os transformava e
Elisa era muito infeliz e, muitas vezes, enquanto passeava no bosque, lamentava-se: “Oh, se eu pudesse voltar a ver os meus irmãos!”
Um dia uma velhinha ouviu-a e teve pena dela.
“Acho que te posso ajudar”, disse ela, “tenho visto onze cisnes brancos com coroas de ouro que vêm pousar à beira-mar, todas as noites.”
Elisa caminhou imediatamente para a praia na esperança de encontrar os seus irmãos. Quando chegou já era noite! À luz da Lua viu onze rapazes: eram os seus adorados irmãos! Deram muitos abraços uns aos outros e durante toda a noite houve
- “Adeus irmãzinha”, disseram eles, “promete que vais voltar!”.
Elisa queria ajudá-los, mas como?
Uma noite a velhinha apareceu-lhe num sonho.
- “Se queres salvar os teus irmãos”, disse-lhe, “terás de apanhar com as tuas mãos tantas urtigas quantas conseguires e pisá-las com os pés descalços. Depois deves tecê-las e cozer onze túnicas, que irás lançar aos teus irmãos.
Verás que o feitiço se quebrará! Mas lembra-te, não poderás falar enquanto não terminares a tua tarefa!”
Mal acordou, Elisa meteu mãos à obra. Começou a colher urtigas com as suas delicadas mãos e a pisá-las com os pés. Não parou nem por um momento, mesmo quando a pele lhe ardia muito.
Durante dias e dias trabalhou em silêncio, resistindo às perguntas de um belo príncipe que por ali passou e queria a todo o custo levá-la consigo para o seu palácio!
Quando finalmente as onze túnicas ficaram prontas, Elisa regressou à praia. Esperou que os cisnes chegassem e lançou-lhes as túnicas. Num abrir e fechar de olhos, apareceram os seus onze irmãos no lugar dos cisnes.
Estavam todos muito felizes. Mas Elisa ficou ainda mais contente quando o príncipe voltou a procurá-la. Desta vez, Elisa contou-lhe a sua história. O príncipe ficou tão comovido com a sua bondade que lhe jurou amor eterno. Assim, casaram e viveram felizes para sempre!
Era uma vez um velho rei que tinha três filhos e não sabia a quem deixar o seu reino.
Um dia chamou-os e disse-lhes:
- “Já estou velho e devo deixar o trono a um de vocês. São os três valentes e capazes, por isso decidi deixar o reino a quem me trouxer o cão mais pequeno do mundo.”
Os irmãos mais velhos partiram e fizeram de tudo para agradar ao pai. O mais novo, pelo contrário, como não sabia o que fazer, andou a vaguear pela floresta.
Um dia desabou uma tempestade. O rapaz, que não tinha onde se abrigar, viu uma luz ao longe e resolveu segui-la. Depois de andar um bom bocado, chegou a um castelo maravilhoso com portas de ouro. Dentro, sentada no trono, estava uma bela gata branca com uma coroa de rubis e safiras.
O rapaz estava espantado, mas a gata recebeu-o muito bem e pô-lo à vontade. Ofereceu-lhe um ótimo jantar e deu-lhe o melhor quarto do castelo. Com o passar do tempo, os dois ficaram amigos. Juntos, passeavam, brincavam e liam.
Entretanto, já tinha passado quase um ano e o príncipe tinha-se esquecido de procurar o cãozinho para o seu pai. Mas a gata que sabia sempre tudo disse:
“Pegue nesta bolota e leve-a ao seu pai.”
O jovem obedeceu. Quando o pai abriu a bolota viu um cãozinho minúsculo que abanava o rabo alegremente.
Mas o rei não tinha ficado convencido.
Chamou então os três irmãos e disse-lhes:
“Preciso de outra prova. Darei o meu reino a quem me trouxer um pano tão fino que possa entrar no buraco de uma agulha".
Os irmãos mais velhos partiram e fizeram de tudo para agradar ao pai.
O mais novo voltou logo para o castelo da gata branca e passou outro ano com ela, passeando, lendo e brincando.
Quando chegou o momento de regressar ao pai, o rapaz não sabia o que fazer.
“Pega nesta noz e leva-a ao teu pai, disse-lhe a gata.
O rei abriu a noz e encontrou uma avelã.
Abriu a avelã e encontrou um grão de trigo, abriu o grão de trigo e encontrou o tecido mais leve e precioso do mundo.
Mas o rei ainda não estava convencido.
“Preciso de uma última prova”, disse.
“Deixarei o meu reino a quem encontrar uma princesa bela e gentil, digna de se tornar rainha.
Os irmãos mais velhos partiram e fizeram de tudo para agradar ao pai. O mais novo voltou para a gata. Passearam, leram e brincaram e mais um ano passaram juntos.
Até que uma noite a gata lhe disse:
“Eu sou a princesa que procuras. Um feitiço transformou-me em gata, mas se tiveres coragem de me cortar a cabeça e o rabo, voltarei a ser uma mulher".
No início o rapaz não conseguia sequer pensar no assunto, mas depois ganhou coragem. Pegou num machado e fez o que a gata lhe disse. Diante dos seus olhos apareceu uma rapariga linda.
O rei ficou tão emocionado com a simpatia e beleza da princesa gata que logo quis entregar a coroa e o reino ao filho mais novo.
O rei ficou tão emocionado com a simpatia e beleza da princesa gata que logo quis entregar a coroa e o reino ao filho mais novo.
“Não é preciso!”, disse a princesa. O meu pai deixou-me os seus reinos e eu quero dividi-los com vocês!.
Houve uma grande festa para festejar o casamento do filho mais novo do rei e a partir daquele dia cada um tinha a sua coroa e todos viveram felizes para sempre.
Houve uma grand
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Um dia um nobre indiano apareceu-lhe numa festa com um cavalo de madeira.
- “Majestade”, disse-lhe, “esta é a invenção mais extraordinária de todos os tempos!”
-“O que é?”, perguntou o rei, curiosíssimo.
-“Um cavalo mágico capaz de o transportar para onde quiser num instante!”
-“E o que queres em troca?”, perguntou-lhe o rei, cada vez mais curioso.
-“Quero casar com a tua filha!”, respondeu-lhe o indiano. O rei ficou sem saber o que dizer, mas o seu filho Firouz ficou bastante irritado.
-“Como te atreves!”, gritou. “A minha irmã vale muito mais do que um cavalo!”
O nobre indiano insistiu.
-“Experimenta tu mesmo e descobrirás o seu valor!”
O príncipe Firouz montou o cavalo e desapareceu por entre as nuvens.
O rei da Pérsia vendo-o desaparecer, teve medo de nunca mais o voltar a ver. Furioso, chamou os guardas e ordenou:
- “Metam o indiano na prisão! Se o meu filho não voltar são e salvo, cortem-lhe a cabeça!”
Montado no cavalo, o príncipe Firouz voou pelo Mundo inteiro. Por mero acaso, resolveu parar no palácio real de Bengala. Entrou e descobriu um quarto onde dormia uma bela princesa.
Pé ante pé, o príncipe aproximou-se e resolveu despertá-la. “Sou o filho do rei da Pérsia”, sussurou-lhe,
-“Cheguei até aqui num cavalo encantado. Se quiseres posso contar-te a minha história!”
Fascinada com a beleza do jovem, a princesa ouviu-o com atenção. Depois, conversa atrás de conversa, acabaram por se apaixonar e decidiram regressar à Pérsia para casarem o mais depressa possível.
Saíram no cavalo encantado e num instante chegaram a casa.O rei ficou muito feliz por voltar a ver o filho e mandou logo libertar o indiano. O indiano, porém, estava muito ofendido e queria vingar-se. Assim, naquela mesma noite, raptou a princesa de Bengala e fugiu com ela no seu cavalo mágico.
Quando viu que a sua amada tinha desaparecido, Firouz procurou-a por terra e por mar, até que um dia um viajante lhe disse:
- “Ouvi falar de uma princesa prisioneira de um indiano. A pobrezinha faz-se de louca para não ter de casar com ele.”O príncipe percebeu que se tratava da sua princesa, e logo inventou um plano para enganar o indiano. Disfarçou-se de velho e foi ter com ele:
- “Escuta, eu sou médico e sei como curar a tua noiva!”
-“Sabes curá-la? Então diz-me como vais fazer!”, exclamou o indiano.
-“Traz-me o cavalo encantado e a princesa.”
O indiano obedeceu e trouxe à presença do jovem a rapariga e o cavalo.
Firouz abriu então um frasco de perfume de onde saiu um fumo branco muito denso. Escondidos pela névoa, os príncipes conseguiram fugir montados no cavalo encantado, que os levou de novo à Pérsia.
Mas desta vez tudo correu bem! Firouz casou-se com a princesa de Bengala e partiu para uma viagem de lua-de-mel inesquecível!
-“Traz-me o cavalo encantado e a princesa.”
O indiano obedeceu e trouxe à presença do jovem a rapariga e o cavalo.
Firouz abriu então um frasco de perfume de onde saiu um fumo branco muito denso. Escondidos pela névoa, os príncipes conseguiram fugir montados no cavalo encantado, que os levou de novo à Pérsia.
Mas desta vez tudo correu bem! Firouz casou-se com a princesa de Bengala e partiu para uma viagem de lua-de-mel inesquecível!
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OS TRÊS MACHADOS
( LENDA INGLESA)
Era uma vez um lenhador que vivia pobremente do seu trabalho diário.
Certa manhã de névoa, estando a abater um salgueiro na margem de um rio, foi tamanha a sua infelicidade, que o machado lhe caiu na água.
-" Ai de mim!" dizia ele. " Pobre como sou, terei agora de morrer de fome, pois não possuo dinheiro para comprar outro machado igual ao que perdi." E, banhado em pranto, lamentou a sua sorte.
Eis, porem, que surgiu no meio do rio, por entre a bruma densa, um gênio de formas gigantes que, segurando na mão um machado de ouro perguntou ao desolado lenhador:
-" É este o seu machado?"
-" Não!", respondeu ele. " Não é esse o meu machado"!
-" E este" - disse- " será este o seu machado que caiu na água?"
-" Não senhor!"- tornou o lenhador. " Não é esse o meu machado!"
Submergindo outra vez, voltou o gênio com um machado de ferro e encarando o lenhador:
-"Diga-me: é porventura este o seu machado?"
-" É esse aí meu machado"! exclamou cheio de alegria, o pobre homem.
Então o gênio, arremessando-lhe aos pés os três machados, bondosamente lhe disse:
MARIA CARRUCÁ
Um rei que tinha três filhos, vendo-os em idade de constituírem família, chamou-os e disse:
-"Meus filhos, é chegada a idade em que se torna preciso constituir família, atendendo `a elevada posição que vocês tem. Vão, pois, procurar esposas;porém, procedam de modo que eu não tenha que me envergonhar da escolha!'
Os três príncipes saíram do palácio e partiram por diferentes caminhos em demanda de esposas.
Os dois mais velhos encontraram logo princesas que os quisessem para maridos e casaram-se. O mais moço, porém, por maiores esforços que empregasse, não encontrou quem julgasse digna de lhe oferecer a mão.
Desalentado, por não conseguir encontrar o que desejava, achava-se uma tarde à beira de uma lagoa e pegando uma varinha, começou a rabiscar na areia. Impressionou-o, no entanto, estranhamente o fato de que, embora quisesse escrever um pensamento qualquer,só conseguia rabiscar a palavra - sapo.
Tudo que escrevia era sapo e, tendo afinal se irritado, exclamou:
-"Ora, saia de lá dessa lagoa uma sapa, que eu quer me casar com ela!"
-"Meus filhos, é chegada a idade em que se torna preciso constituir família, atendendo `a elevada posição que vocês tem. Vão, pois, procurar esposas;porém, procedam de modo que eu não tenha que me envergonhar da escolha!'
Os três príncipes saíram do palácio e partiram por diferentes caminhos em demanda de esposas.
Os dois mais velhos encontraram logo princesas que os quisessem para maridos e casaram-se. O mais moço, porém, por maiores esforços que empregasse, não encontrou quem julgasse digna de lhe oferecer a mão.
Desalentado, por não conseguir encontrar o que desejava, achava-se uma tarde à beira de uma lagoa e pegando uma varinha, começou a rabiscar na areia. Impressionou-o, no entanto, estranhamente o fato de que, embora quisesse escrever um pensamento qualquer,só conseguia rabiscar a palavra - sapo.
Tudo que escrevia era sapo e, tendo afinal se irritado, exclamou:
-"Ora, saia de lá dessa lagoa uma sapa, que eu quer me casar com ela!"
Imediatamente, saltou da lagoa uma sapinha que, postando-se em frente do príncipe, disse;
-"Aqui estou, meu adorado noivo!'
O príncipe acompanhou a sapa, que era uma formosa princesa encantada, para o fundo da lagoa, onde ficou deslumbrado por encontrar o mais suntuoso dos palácios e as mais maravilhosas riquezas.
Realizado o casamento, o príncipe foi comunicar o ocorrido a pai, que ficou muito desgostoso por saber que o filho havia se casado com um animal tão asqueroso.
Dias depois, o rei mandou a cada uma das noras uma finíssima toalha de cambraia, pedindo-lhes que a bordassem.
A sapa, logo que recebeu a toalha, chamou uma criada e disse:
-" Maria Carrucá, monta no pescoço do galo branco, vai à casa das senhoras princesas e diga-lhes que lhe mando pedir um pouco de fio de barbante bem grosso, para bordar a toalha do rei!"
Maria Carrucá, assim fez. As princesas, porém, que eram muito invejosas e estúpidas, responderam-lhe:
-" Vá dizer à senhora princesa D.Sapa que, se temos barbante, é para bordar as nossas toalhas!"
E assim disseram, melhor fizeram, bordando as toalhas que o rei mandara, com barbante grosso. A sapa, no entanto, bordou a sua com o mais fino fio de ouro.
-" Ora, vejam só!- disse o rei, " a sapa fez um trabalho tão minucioso e no entanto as princesas estragaram-me as toalhas com barbante grosseiro, transformando-as em pano de cozinha!"
Daí na alguns dias, o rei mandou a cada uma das noras, um cãozinho, para que elas os criassem com todo o desvelo, pois esses animais pertenciam a uma excelente raça de caça.
Apenas a sapa recebeu o cãozinho, disse para a criada:
-"Maria Carrucá, monta no pescoço do galo branco e vá a casa das senhoras princesas pedir-lhes da minha parte um pouco de cal para dissolver na água, a fim de lavar o cãozinho do rei e umas peles de toucinho para engordá-lo!"
Maria Carrucá foi desempenhar a sua função, mas as princesas disseram:
-" Vá dizer a senhora princesa D.Sapa, que se temos cal é para lavar os cãezinhos que o rei nos mandou e se temos toucinho é para alimentá-los!"
E assim fizeram, de modo que os animais emagreceram, perderam quase todo o pelo e quase não podiam ficar em pé.
A sapa, no entanto, banhava o seu com água perfumada e alimentava-o com pão de lo e outras iguarias delicadas, de modo que se tornou um animal formosíssimo, o que muito admirou rei, quando mandou buscar todos os três e viu estado deplorável em que se achavam os outros, parecendo-lhe incrível que uma triste sapa se avantajasse em tudo a princesa de sangue azul.
Daí a alguns dias, o rei, desejando conhecer as noras pessoalmente, mandu convidá-las para um baile no palácio.
A sapa, logo que recebeu o convite, voltou-se para a criada e disse:
-"Maria Carrucá, monta no pescoço do galo branco e vai à casa das senhoras princesas pedir-lhes uma navalha para raspar a cabeça, a fim de ir ao baile do rei, pois é costume agora na corte, apresentarem-se as damas de cabeça raspada!'
As princesas, porém, que por inveja não queriam que a sapa se apresentasse na moda, mandaram dizer-lhe que, se tinham navalhas, era para elas rasparem a cabeça.
E trataram de raspar a cabeça, apresentando-se no palácio como verdadeira Fúrias, o que muito desgostou o rei.
A sapa, no entanto, desencantou-se e readquirindo a sua forma de mulher, apresentou-se com elegante figurino, fazendo toda a corte pasmar pela sua extraordinária beleza e pela riqueza do seu vestiário.
O rei ficou satisfeito com ela, ao passo que só tinha palavras de desdém para as duas invejosas.
-"Aqui estou, meu adorado noivo!'
O príncipe acompanhou a sapa, que era uma formosa princesa encantada, para o fundo da lagoa, onde ficou deslumbrado por encontrar o mais suntuoso dos palácios e as mais maravilhosas riquezas.
Realizado o casamento, o príncipe foi comunicar o ocorrido a pai, que ficou muito desgostoso por saber que o filho havia se casado com um animal tão asqueroso.
Dias depois, o rei mandou a cada uma das noras uma finíssima toalha de cambraia, pedindo-lhes que a bordassem.
A sapa, logo que recebeu a toalha, chamou uma criada e disse:
-" Maria Carrucá, monta no pescoço do galo branco, vai à casa das senhoras princesas e diga-lhes que lhe mando pedir um pouco de fio de barbante bem grosso, para bordar a toalha do rei!"
Maria Carrucá, assim fez. As princesas, porém, que eram muito invejosas e estúpidas, responderam-lhe:
-" Vá dizer à senhora princesa D.Sapa que, se temos barbante, é para bordar as nossas toalhas!"
E assim disseram, melhor fizeram, bordando as toalhas que o rei mandara, com barbante grosso. A sapa, no entanto, bordou a sua com o mais fino fio de ouro.
-" Ora, vejam só!- disse o rei, " a sapa fez um trabalho tão minucioso e no entanto as princesas estragaram-me as toalhas com barbante grosseiro, transformando-as em pano de cozinha!"
Daí na alguns dias, o rei mandou a cada uma das noras, um cãozinho, para que elas os criassem com todo o desvelo, pois esses animais pertenciam a uma excelente raça de caça.
Apenas a sapa recebeu o cãozinho, disse para a criada:
-"Maria Carrucá, monta no pescoço do galo branco e vá a casa das senhoras princesas pedir-lhes da minha parte um pouco de cal para dissolver na água, a fim de lavar o cãozinho do rei e umas peles de toucinho para engordá-lo!"
Maria Carrucá foi desempenhar a sua função, mas as princesas disseram:
-" Vá dizer a senhora princesa D.Sapa, que se temos cal é para lavar os cãezinhos que o rei nos mandou e se temos toucinho é para alimentá-los!"
E assim fizeram, de modo que os animais emagreceram, perderam quase todo o pelo e quase não podiam ficar em pé.
A sapa, no entanto, banhava o seu com água perfumada e alimentava-o com pão de lo e outras iguarias delicadas, de modo que se tornou um animal formosíssimo, o que muito admirou rei, quando mandou buscar todos os três e viu estado deplorável em que se achavam os outros, parecendo-lhe incrível que uma triste sapa se avantajasse em tudo a princesa de sangue azul.
Daí a alguns dias, o rei, desejando conhecer as noras pessoalmente, mandu convidá-las para um baile no palácio.
A sapa, logo que recebeu o convite, voltou-se para a criada e disse:
-"Maria Carrucá, monta no pescoço do galo branco e vai à casa das senhoras princesas pedir-lhes uma navalha para raspar a cabeça, a fim de ir ao baile do rei, pois é costume agora na corte, apresentarem-se as damas de cabeça raspada!'
As princesas, porém, que por inveja não queriam que a sapa se apresentasse na moda, mandaram dizer-lhe que, se tinham navalhas, era para elas rasparem a cabeça.
E trataram de raspar a cabeça, apresentando-se no palácio como verdadeira Fúrias, o que muito desgostou o rei.
A sapa, no entanto, desencantou-se e readquirindo a sua forma de mulher, apresentou-se com elegante figurino, fazendo toda a corte pasmar pela sua extraordinária beleza e pela riqueza do seu vestiário.
O rei ficou satisfeito com ela, ao passo que só tinha palavras de desdém para as duas invejosas.
ERA UMA VEZ um casal que vivia junto à casa de uma bruxa má. A mulher estava grávida e, como a bruxa tinha um lindo quintal cheio de repolhos grandes e verdes, despertou nela a vontade de os comer. O marido bem lhe dizia que não podia ir lá buscar os repolhos pois pertenciam à bruxa malvada. Mas um dia, a sua mulher estava com tantos desejos de comer uma sopa de repolhos que o marido não resistiu e foi, às escondidas, até à horta da bruxa.
Com muito cuidado e sem fazer barulho, apanhou um repolho e levou-o à sua mulher para que esta pudesse fazer a sopa. Esta ficou tão satisfeita com a sopa que no dia seguinte pediu mais. O marido um pouco assustado, foi novamente ao quintal da bruxa mas quando estava quase a passar o muro com um grande repolho nas mãos, a bruxa cruel apareceu e gritou, furiosa:
“Como te atreves a entrar na minha horta e a roubar-me os meus repolhos?!
“Peço mil desculpas”, disso o homem, tremendo “mas a minha mulher está grávida e tem muitos desejos de comer sopa de repolhos… e os seus são tão verdes e deliciosos que ela não consegue resistir…”.
A bruxa esboçou um sorriso e disse: “A tua mulher gosta assim tanto dos meus repolhos?
“Sim, minha senhora” respondeu o marido.
“Pois muito bem, deixo-te levar todos os que quiseres, mas em troca quando o bebê nascer terás de me dar!”
O homem, como morria de medo da bruxa, concordou com ela e assim que pode, correu para casa para junto da sua mulher.
Uns meses mais tarde, a mulher dá à luz uma linda menina. Assim que a bruxa soube, foi logo a casa do casal para levar a bebê com ela. O casal tristemente entregou a sua filha à bruxa com a esperança de poder vê-la todos os dias, pois viviam ao lado da casa da bruxa.
A bruxa, ao ter a menina no seu colo sorriu e disse:
“Chamar-te-ei Rapunzel!” e saiu rapidamente levando a menina para sua casa.
Durante doze anos Rapunzel e bruxa viveram juntas, numa vida tranquila e sem problemas. Um dia a bruxa olhou bem para a Rapunzel e falou baixinho:
“Estás a ficar uma mocinha muito bonita, com os teus longos cabelos dourados. Terei de te esconder do mundo, pois não tarda nada aparecerá alguém para te levar de mim!”. E assim foi. Rapunzel foi levada pela bruxa para o meio de uma floresta distante e colocou-a numa torre muito alta, sem portas nem escadas, onde só se via no topo da torre uma pequena janela.
A partir daí, Rapunzel passava a maior parte dos seus dias sozinha e muito triste, e não compreendia porque é que a bruxa a tinha deixado naquela torre isolada. Os únicos amigos da menina eram os passarinhos que habitavam naquela floresta que, atraídos pela bela voz da Rapunzel, pousavam no parapeito da sua janela para a ouvir cantar.
Os anos passaram e Rapunzel transformou-se numa linda e jovem mulher cujos cabelos eram tão compridos que chegavam até ao chão que rodeava a torre. Aliás era pelos cabelos loiros e compridos da Rapunzel, penteados em tranças, que a bruxa subia todos os dias à torre para a visitar.
Uma linda manhã de primavera, Rapunzel estava à janela a cantar uma bela melodia quando um príncipe que passava por ali perto a ouviu. Admirado com tão bela voz, o jovem príncipe ficou curioso e seguiu a voz, até encontrar uma torre muito alta no meio da floresta.
“Que estranho… nunca tinha visto esta torre aqui, no meio da floresta. Tenho quase a certeza que ouvi alguém a cantar aqui dentro. Mas como é que posso entrar? Não vejo nem porta nem escada por onde subir!”.
Como já estava a ficar muito tarde, o príncipe decidiu regressar a casa. Mas como continuava muito curioso e encantado com aquela voz, decidiu voltar no dia seguinte.
Quando se aproximou da torre, viu uma estranha figura junto à torre que gritava “Rapunzel, Rapunzel, deixa cair as tuas tranças para eu poder subir!”. E logo a seguir, uma bela donzela de cabelos dourados apareceu à janela e lançou as suas tranças compridas pelas quais a bruxa subiu.
O belo príncipe, ainda espantado com o que via, pensou:
“Então é assim que se consegue subir à torre… Amanhã voltarei e tentarei a minha sorte!”.
E assim foi. De manhã muito cedo, o príncipe cavalgou até à torre e, imitando a voz da bruxa, disse: “Rapunzel, Rapunzel, deixa cair as tuas tranças para eu poder subir!”. Rapunzel ao ouvir está frase lançou imediatamente as suas compridas tranças e o príncipe rapidamente por elas subiu.
Quando Rapunzel viu o belo jovem, ficou um pouco assustada mas este sossegou-a, dizendo-lhe quem era e que tinha sido atraído pela sua bela voz. O príncipe ficou tão encantado com a Rapunzel que a partir daí, passou a visitá-la todos os dias.
Só que um dia, a bruxa apareceu mais cedo do que era costume, e viu o príncipe subir até à torre. Furiosa, jurou que se vingaria dos dois.
Assim que o príncipe foi embora, a bruxa chamou pela Rapunzel e subiu pelas suas tranças. Quando chegou lá acima, pegou numa tesoura e cortou as suas lindas e longas tranças, tirando Rapunzel da torre e abandonando-a no deserto.
“Aqui ficarás!” gritou a bruxa “onde ninguém te possa encontrar nem mesmo o teu príncipe amado!”. E continuou:
“Agora regressarei à torre para me vingar do teu querido príncipe”.
Rapunzel ficou desolada, e chorou amargamente a sua sorte e a do seu príncipe.
A bruxa regressou à torre e esperou pacientemente pelo rapaz. Quando este chamou por Rapunzel, a bruxa lançou as tranças que tinha cortado à menina e o príncipe, sem desconfiar de nada, subiu alegremente.
Qual não foi a sua surpresa quando em vez da Rapunzel, deu de caras com a bruxa. Esta, ao vê-lo, amaldiçoou-o e, empurrou-o torre abaixo. O príncipe caiu em cima de uns espinhos que, apesar de lhe terem salvo a vida, tiraram-lhe a visão.
A bruxa regressou a sua casa, muito satisfeita.
O príncipe cego, andou anos pela floresta perdido até que um dia, dando-se conta que se encontrava já fora da floresta, ouviu uma linda voz que imediatamente reconheceu!
Correndo em direção à voz, o mais rápido que pode, pois como estava cego, tropeçava em todas as pedras que se encontravam no caminho.
Rapunzel, ao vê-lo, correu na sua direção, chorando. Ao abraçá-lo, as lágrimas da Rapunzel inundaram-lhe o rosto e molharam os seus olhos cegos, que imediatamente se curaram. Finalmente estavam juntos e podiam ser felizes para sempre!
Quantas vezes eu li e reli essa história quando eu era criança? O meu mundo mágico continua e até hoje essas lindas histórias me encantam!
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