Esopo
Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua galinha tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:
_ Veja! Estamos ricos!
Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço.
Na manhã seguinte, a galinha tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço.
E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria.
Até que pensou:
"Se esta galinha põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!"
Matou a galinha e ficou admirado pois, por dentro, a galinha era igual a qualquer outra.
Moral: Quem tudo quer tudo perde. _ Veja! Estamos ricos!
Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço.
Na manhã seguinte, a galinha tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço.
E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria.
Até que pensou:
"Se esta galinha põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!"
Matou a galinha e ficou admirado pois, por dentro, a galinha era igual a qualquer outra.
A menina era só alegria.
Era a primeira vez que iria à cidade, vender o leite de sua querida vaquinha.
Colocou sua melhor roupa, um belo vestido azul,e partiu pela estrada com a lata de leite na cabeça.
Ao caminhar, o leite chacoalhava dentro da lata.
A menina também, não conseguia parar de pensar.
"Vou vender o leite e comprar ovos, uma dúzia."
"Depois, choco os ovos e ganho uma dúzia de pintinhos."
"Quando os pintinhos crescerem, terei bonitos galos e galinhas."
"Vendo os galos e crio as galinhas, que são ótimas para botar ovos."
"Choco os ovos e terei mais galos e galinhas."
"Vendo tudo e compro uma cabrita e algumas porcas."
"Se cada porca me der três leitõezinhos, vendo dois, fico com um e ..."
A menina estava tão distraída em seus pensamentos, que tropeçou numa pedra, perdeu o equilíbrio e levou um tombo.
Lá se foi o leite branquinho pelo chão.
E os ovos, os pintinhos, os galos, as galinhas, os cabritos, as porcas e os leitõezinhos pelos ares.
Era a primeira vez que iria à cidade, vender o leite de sua querida vaquinha.
Colocou sua melhor roupa, um belo vestido azul,e partiu pela estrada com a lata de leite na cabeça.
Ao caminhar, o leite chacoalhava dentro da lata.
A menina também, não conseguia parar de pensar.
"Vou vender o leite e comprar ovos, uma dúzia."
"Depois, choco os ovos e ganho uma dúzia de pintinhos."
"Quando os pintinhos crescerem, terei bonitos galos e galinhas."
"Vendo os galos e crio as galinhas, que são ótimas para botar ovos."
"Choco os ovos e terei mais galos e galinhas."
"Vendo tudo e compro uma cabrita e algumas porcas."
"Se cada porca me der três leitõezinhos, vendo dois, fico com um e ..."
A menina estava tão distraída em seus pensamentos, que tropeçou numa pedra, perdeu o equilíbrio e levou um tombo.
Lá se foi o leite branquinho pelo chão.
E os ovos, os pintinhos, os galos, as galinhas, os cabritos, as porcas e os leitõezinhos pelos ares.
Moral da história:
Não se deve contar com uma coisa antes de consegui-la.
SANTO ANTONIO CASAMENTEIRO
ISAURA ouvia dizer que Santo Antonio era padroeiro das pessoas que deveriam casar-se.
Confiando muito naquilo, não havia dia em que não rezasse com todo o fervor.
Fazia mil promessas, tudo punha em prática, ajoelhada em frente a imagem.

Passavam-se anos, ela ia envelhecendo, perdendo a beleza, sem encontrar noivo, apesar de ser uma menina bonita e boa.
Um dia,afinal, desenganada com o milagre do santo, num assomo de raiva, lançou a imagem pela janela afora.
Ia passando, justamente naquela ocasião, um moço, em frente a sua casa.
A imagem caiu-lhe na cabeça e ele tombou ao chão, muito machucado.
Pessoas que transitavam na rua, apressaram-se em levantá-lo e transportaram-no para a casa da moça.
Ela, aflita, desesperada, arrependida do que fizera prodigalizou-lhe mil cuidados, com carinho de mãe extremosa.
A ferida era muito funda, sobreveio a febre e o moço ficou de cama durante muito tempo.
Mas, pouco a pouco foi melhorando, até que entrou em convalescença.
Começou a simpatizar com a Isaura, apaixonou-se por ela e ficando inteiramente restabelecido, pediu-a em casamento.
Foi assim que não se desmentiu a crença de ser Santo Antonio casamenteiro.
MIMI OU A CABRITINHA BRANQUINHA
Em uma aldeia solitária, entre montanhas, vivia, num casebre arruinado e tosco, uma família pobre.
O homem lidava no campo, deixando em casa a amamentar o filhinho, uma cabra branquinha, que era o seu descanso e toda a sua fortuna.
O menino crescia, gordo e bem tratado.
A cabritinha, a boa cabritinha, que dava pelo nome de Mimi, acariciava-o, tinha para ele todos os desvelos.
Passou a primavera, passou o verão, o outono, chegando,enfim, o inverno. Os campos não davam sustento. Veio o tempo da cruel necessidade!
Os pobres trabalhadores voltaram para debaixo das telhas do seu casebre, por onde entrava o frio, gemendo uns soluços que lhes feriam dolorosamente o coração.
O inverno era longo e aspérrimo, e faltava-lhes tudo!
Veio um dia, então, em que nada encontraram para comer. O filhinho, pouco mamava já. A mãe sentia-se febril. O pai, desesperado, não tinha recursos para socorrer a esposa e pensava na sua triste sorte, quando viu a cabritinha adormecida a um canto.
Teve uma ideia: vende-la! Levaria a cabritinha para a feira e lá a trocaria pelo sustento de alguns dias.
Amarrou, pois, uma corda ao pescoço da Mimi, que o olhava melancolicamente, como se lhe perguntasse:
- " Que vais fazer da ama do teu filho?"
Arrastou-a a força dali; subiu a colina e desceu a montanha; chegou, por fim, à vila, onde a vendeu a um rico lavrador.
Voltou.
A mulher melhorara e andava louca à procura do marido e da cabritinha.
Contou-lhe, o marido, tudo o que fizera.
Ouvindo-o, a infeliz esposa, angustiada, olhava compassiva para o filhinho adormecido.
Ia se aproximando a hora em que o menino costumava ter a sua ceia. Por isso, moveu-se, chorou baixinho à espera de sua Mimi.
Acudiu a mãe, mas o pequeno, então, chorou mais e mais! Nada havia que o consolasse. Nada! O pai, aflito, cheio de remorsos, estava angustiado. A mãe, em vão, tentava sossegá-lo! O pequeno enlouquecia, pelo excesso de choro.O vento soluçava, entrando pelas fendas das paredes rusticas.
Subitamente, ouviram, ao longe, um balido queixoso.
Momentos depois raspavam, batiam afli tamente à porta, que o aldeão correu a abrir de par em par.
Coitadinha! Afrontara todos os perigos, fugira do redil do novo dono para a cabana, onde a chamava a voz dos seus amores!
No outro dia, logo de manhã cedo, foi o homem a aldeia entregar que recebera pela venda da cabritinha a rico fazendeiro.
O lavrador escutou-lhe a historia.Viu-lhes brilhar nos olhos o arrependimento e comovido, estendeu-lhe a mão, pedindo-lhe para ser padrinho do menino, a quem enviou, com a bênção, uma bolsa de dinheiro.
A FORCA
Honrado e probo, o barão Bertolini via entretanto, com imenso pesar, que seu filho Georgino nã era um modelo de virtudes.
Sabendo que seu pai era rico, o jovem fidalgo andava em companhia de moços da sociedade, empregando mal o seu tempo, se enchendo de dívidas, e que o seu pai pagava.
Morrendo o barão, rapaz herdou uma boa fortuna e um grande envelope contendo conselhos e instruções.
Dizia a Georgino que se emendasse e fizesse o possível para não desprender loucamente a herança.
Terminava comunicando-lhe que no sótão abandonado do palácio ele fizera construir uma forca.
Vendo-se único possuidor da fortuna, não tendo a quem dar satisfações dos seus atos, mais que nunca meteu-se Georgino em pândegas de toda a sorte.
Amigos e companheiros sem conta viviam com ele, dia e noite, desfrutando de sua riqueza.
Mas, bem cedo, a sua riqueza esgotou-se e ele se viu pobre, paupérrimo.
Abandonaram-no os amigos, toda a gente fugiu dele.
Tendo que entregar o palácio, já de muito hipotecado aos credores, Georgino só então se lembrou da carta de seu pai, o barão.
Passou o laço da forca no pescoço e despenhou-se.
A forca, porem, moveu-se; despregou-se uma taboa do teto e rolaram pelo chão notas e moedas.
O barão havia sido previdente e o moço compreendeu a lição.
Tornou-se uma pessoa prudente, conservadora, cheia de bons princípios. Viveu com honradez e prudência!
O REI ZAROLHO
Era uma vez um rei chamado Bexigão que, cego do olho esquerdo, martirizava e mandava matar todos os que o olhassem com insistência, por supor que zombavam dele.
Ora, havia na corte um pintor de grande mérito, que já por diversas vezes o olhara insistentemente. Bexigão principiou a detestá-lo e disse consigo:
-" Escarnece do meu defeito? Eu lhe ensinarei a escarnecer"...
Certo dia, determinado a vingar-se do inocente que nunca tivera a preocupação de o afrontar, chamou-o ao seu gabinete e encomendou-lhe o retrato:
-"Previno-lhe desde já, porém, que me quero retratado o mais fielmente possivel. Ou me representará como sou, tal e qual, ou será enforcado!"
-" Estou perdido!", disse o pintor, quando se encontrou a sós. " Se o pintar com os dois olhos bons, enforca-me dizendo que não esta um retrato fiel. Se o pintar com o problema do seu olho cego,também me enforcará, acusando-me de zombar dele "!
Longo tempo, meditou o artista.
Desanimado, já contava com o destino da morte quando teve uma ideia: pintar o rei em uma caçada! Foi depressa para seu atelier e pintou o rei, no meio de um bonito parque atirando a um veado na carreira. Com a cabeça pousada na coronha da espingarda, o monarca fazia pontaria semicerrando o olho direito, enquanto que o olho cego estava fechado, como deveria estar mesmo.
O rei, assim que lhe foi apresentado o trabalho, ficou encantado com o talento do pintor, que havia conseguido retratá-lo com toda a fidelidade, mostrando e encobrindo ao mesmo tempo o defeito, de que ele tanto se envergonhava. Premiou o artista largamente e nunca mais se importou que olhassem para ele de qualquer maneira.
Quis conviver de perto com o artista e, como este era muito sábio e bondoso, o rei, aprendeu a ser bondoso e sábio também.
- " Se alguém me olhar para zombar de mim"-, dizia ele depois- " revelará uma profunda inferioridade de espirito; e, eu, seria também uma criatura de espirito muito inferior, de um amor próprio verdadeiramente insensato, se continuasse a me importar com isso"...
A FILHA DO GIGANTE
Havia, outrora, junto do Reno um enorme castelo habitado por gigantes bondosos. Não faziam mal a ninguém e raramente alongavam os seus passeios até o povoado. A filha do dono do castelo tinha oito anos ainda e já media quinze metros de altura. De uma vez, afastou-se um pouco da casa e caminhou a passos largos através de uma sementeira de trigo. Com nunca saíra até então, tudo para ela tinha sabor de novidade. Tudo a encantava. Brilhavam-lhe os olhos num deslumbrante a atravessar grandes searas verdes e grandes pinheirais esguios.
Que lindo era o campo! Que lindo!
Depois de muito haver caminhado ia regressar à casa satisfeita, quando reparou num lavrador, que, segurando na rabiça do arado, lavrava uma terra de milho tangendo os bois e cantando.
Bravo - exclamou a menina batendo palmas. -" Que maravilha de brinquedo! Vou já mostrá-lo a meu pai!
E, agarrando com as mãos o lavrador, os bois e o arado, correu aos pulos para o castelo a transbordar de alegria. Ela pensava que aquilo fosse um divertimento infantil, cheio de maquinismos complicados.
No castelo, colocou tudo em cima da mesa da sala de jantar e quis que o seu pai o admirasse com ela.
-" Não é bonito esse brinquedo? Veja como todas as figurinhas se movem! Os meus boneco são muito se graça! Nem sabem se mexer."..
O pai, porém, que a principio sorrira para ela por causa da sua ingenuidade, agora lhe falava num tom mais severo:
-" Sabe o que você fez? Foi roubar o trabalho de um lavrador que estava tranquilo no campo a sua geira de terra.Você pensou ser um brinquedo, mas não é um! O lavrador não é um brinquedo, minha filha.É mais útil de todos os homens; é quem semeia o trigo de que se faz o pão; é quem prepara o linho e a lã de que se tecem as roupas; quem nos dá o leite que bebemos e quem cultiva os legumes, o vinho e as frutas que todos os dias vão à nossa mesa. Ele, o maior e mais obscuro benfeitor da humanidade, merece ser tratado carinhosamente, com respeito. Vá, minha filha e coloque-o exatamente onde o encontrou e aprende a venerar os que trabalham!"
Obediente às ordens paternas, a menina repôs o lavrador, os bois e o arado no mesmo local onde os havia encontrado. E, desde então, sempre auxiliou nos seus serviços a boa gente campesina e sempre lhe teve amor.
Moral: Bendito o que, na terra, o fogo fez, e o teto;
E o que uniu a charrua ao boi paciente e amigo;
E que encontrou a enxada; e o que, do chão objeto;
Fez, aos beijos do sol, o ouro brotar do trigo.
(BILAC - Tarde, p.72)
ERA UMA VEZ um velho moleiro que tinha três filhos. Antes de morrer, reuniu os seus filhos e diante deles dividiu os seus bens pelos três.
Ao filho mais velho, o moleiro deu-lhe o moinho. Ao filho do meio deixou-lhe o burro. E ao mais novo entregou-lhe um gato.
O filho mais novo, com o gato no seu colo, comentou desiludido:
- Que vou eu fazer com um simples gato?
Qual não foi a sua surpresa quando ouviu o gato responder-lhe:
- Se me deres umas botas pretas, um fato e um saco, farei de ti um homem rico!
Assim fez o rapaz e o gato, todo aperaltado, partiu deixando o seu novo dono muito baralhado.
O gato das botas dirigiu-se ao bosque e caçou duas perdizes, que meteu dentro do saco. Dirigiu-se depois ao castelo do rei e ofereceu-as ao rei, em nome do seu amo, o marquês de Carabás.
Dia após dia, o gato continuou a oferecer presentes ao rei, em nome do marquês, o que fez com que o rei ficasse curioso em saber quem era o marquês de Carabás.
Numa bela tarde, enquanto o rapaz e o seu gato descansavam à beira rio, a carruagem do rei aproxima-se. O gato, rapidamente acorda o seu amo e diz-lhe para se despir e atirar-se ao rio. O rapaz, meio confuso, faz o que o gato lhe diz. Então o gato das botas corre em direção à carruagem, com ar aflito, e grita:
- Socorro majestade! Roubaram as roupas ao meu amo, o marquês de Carabás!
O rei, reconhecendo o nome do marquês, pára prontamente e empresta ao jovem nobres roupas, oferecendo-lhe boleia até à sua casa. O jovem entra na carruagem, meio embaraçado e aflito, pois não sabia o que dizer, sentando-se entre o rei e a sua bela filha, que o acompanhava.
O gato prontamente indica o caminho ao cocheiro do rei e, depois de a carruagem arrancar, corre desenfreado até às terras junto ao castelo do ogre.
Quando lá chegou, viu os camponeses, a quem disse:
- Se querem livrar-se do Ogre malvado, quando o rei passar digam que todas estas terras pertencem ao marquês de Carabás.
E continuou a correr, em direção ao castelo. Quando chegou, encontrou o ogre, que era o dono de todas aquelas terras, sentado a descansar. O ogre ao vê-lo, perguntou:
- Quem és tu? E que fazes no meu castelo?
Ao que o gato respondeu:
- Eu sou o gato das botas, um humilde servo vosso… ouvi dizer que possuís poderes mágicos. É verdade? Será que vós conseguiríeis transformar-vos num leão?
Ao ouvir isto, o ogre transforma-se imediatamente num enorme leão!
O gato, cheio de medo, responde:
- Que maravilha… mas será que conseguiríeis transformar-vos num minúsculo ratinho?
E o ogre, orgulhoso e imprudente, transforma-se logo num pequeno ratinho. O gato das botas, sem perder tempo, salta em direção ao ratinho e come-o.
Nessa altura, chega o coche do rei às portas do castelo, e o gato das botas dirige-se a eles para os receber:
- Bem-vindo ao castelo do meu amo, o marquês de Carabás!
O rei, impressionado com a simplicidade do jovem rapaz, que se encontrava ao pé da porta admirado, convida o agora marquês de Carabás a casar com a sua linda filha. O rapaz aceita e vive feliz para sempre acompanhado da sua bonita princesa e do seu fiel gato.
A NUVENZINHA NEGRA
ERA UMA VEZ UMA NUVENZINHA QUE SEMPRE FICAVA ESCONDIDINHA NO CÉU. ELA NÃO QUERIA QUE NINGUÉM, MAS, NINGUÉM MESMO, A VISSE. ESSA NUVENZINHA NÃO ERA COMO AS OUTRAS QUE PARECIAM UM CHUMAÇO DE ALGODÃO, FLOCOS DE NEVE OU PELO DE OVELHA. ELA ERA UMA NUVEM MUITO ESCURA, TÃO ESCURA QUE À NOITE, NO CANTINHO ONDE ELA SE ESCONDIA, NADA SE VIA NO CÉU, NEM AS ESTRELAS, NEM A LUA E MUITO MENOS O CÉU ACIMA DELA. ELA ERA NEGRA COMO A SOMBRA AO FECHARMOS OS NOSSOS OLHOS.
QUANDO O DIA ESTAVA CLARO, A NUVEM FICAVA OBSERVANDO AO LONGE COMO AS OUTRAS, AS NUVENZINHAS BRANCAS, DESLIZAVAM PELO CÉU EMPURRADAS PELO VENTO. O REFLEXO DO SOL FORTE, NAS NUVENS BRANQUINHAS, DOÍA OS OLHOS QUANDO SE OLHAVA MUITO PARA ELAS. AS NUVENZINHAS BRANCAS, PORÉM, NEM LIGAVAM PARA O SOL FORTE E PARECIAM TÃO FELIZES BRINCANDO ASSIM, UMAS COM AS OUTRAS.
A NUVENZINHA NEGRA BEM QUE JÁ TENTARA BRINCAR COM SUAS AMIGAS BRANQUINHAS, MAS, ELA ERA TÃO PESADA QUE NÃO CONSEGUIA DESLIZAR COMO SUAS AMIGAS. O VENTO ATÉ QUE A EMPURRAVA, MAS ELA SE MOVIA DEVAGAR POR CONTA DE SEU PESO. ELA SEMPRE SE PERGUNTAVA:
_ POR QUE SERÁ QUE SOU NEGRA E PESADA E MINHAS AMIGAS SÃO TÃO BRANQUINHAS E LEVES? AI...AI...AI...QUERIA TANTO SER COMO ELAS! PODER DESLIZAR PELO CÉU PARA LÁ E PARA CÁ, EMPURRADA PELO VENTO.
MUITAS VEZES, DE SEU ESCONDERIJO NO CANTINHO DO CÉU, ELA PODIA OUVIR AS CRIANÇAS, LÁ NA TERRA, QUE FICAVAM DEITADAS, COM OS OLHOS VOLTADOS PARA O CÉU, OLHANDO PARA AS NUVENS BRANQUINHAS. UMAS CRIANÇAS DIZIAM QUE AS SUAS AMIGAS PARECIAM UM SORVETE, OUTRAS QUE ELAS PARECIAM ALGODÃO DOCE, OUTRAS AINDA DIZIAM QUE ERAM TODAS COMO MONTINHOS DE ALGODÃO. MAS, PARA ELA, A NUVENZINHA NEGRA, NENHUMA CRIANÇA NUNCA OLHAVA. POR ISSO, ELA PREFERIA FICAR ALÍ, NO SEU CANTINHO DO CÉU, PARA QUE NINGUÉM A VISSE MESMO.
ACONTECE QUE, UM DIA, ELA OUVIU ALGUÉM DIZER LÁ DA TERRA.
_ ONDE ESTÁ A NUVENZINHA NEGRA? ELA SUMIU DO CÉU. SERÁ QUE NÃO VAI APARECER MAIS?
A NUVEM NEGRA NÃO ENTENDEU PORQUE ESTAVAM PROCURANDO POR ELA LÁ DA TERRA E POR ISSO, ESCONDEU-SE MAIS AINDA PARA QUE NINGUÉM A VISSE.
OS DIAS FORAM PASSANDO E AS NUVENZINHAS BRANCAS SE ESPALHAVAM AINDA MAIS PELO CÉU. O CÉU PARECIA ESTAR CHEINHO DE FLOCOS DE NEVE BRINCANDO AO SABOR DO VENTO. SÓ QUE AS CRIANÇAS QUE ANTES, LÁ EM BAIXO NA TERRA PARECIAM FELIZES BRINCANDO DE OLHAR AS NUVENZINHAS BRANCAS, NÃO PARECIAM TÃO FELIZES COMO ANTES. PARECIAM PROCURAR ALGUMA COISA NO CÉU, MAS, NÃO ERAM POR SUAS AMIGUINHAS BRANQUINHAS. AS CRIANÇAS TINHAM UM OLHAR TRISTE. A NUVENZINHA NEGRA NÃO PODIA ENTENDER O QUE ESTAVA ACONTECENDO. ALGUMA COISA MUDARA. MAS, POR QUE SERIA?
CERTA MANHÃ, AO ACORDAR BEM CEDINHO E OLHAR PARA A TERRA, ELA OUVIU UM TRISTE LAMENTO.
_ OH! NUVENZINHA NEGRA! ONDE VOCÊ SE ESCONDEU?
A NUVENZINHA NEGRA FICOU MUITO ASSUSTADA E SE ENCOLHEU TODA NO SEU CANTINHO. COMO O LAMENTO LÁ NA TERRA CONTINUAVA, ELA SAIU DEVAGARINHO DO SEU CANTINHO E RESOLVEU DAR UMA OLHADINHA NA TERRA PARA VER QUEM PROCURAVA POR ELA, LÁ NO CÉU.
ENTÃO, DO SEU ESCONDERIJO, ELA VIU UMA LINDA MENINA DE OLHOS NEGROS E PELE AINDA MAIS NEGRA QUE BRILHAVAM AO REFLEXO DO SOL. O SOL NAQUELA MANHÃ PARECIA ESTAR AINDA MAIS QUENTE DO QUE NOS OUTROS DIAS. MESMO COM O SOL FORTE A LHE OFUSCAR OS OLHOS, A NUVENZINHA PODE PERCEBER QUE A MENINA DEIXAVA ESCORRER UMA LÁGIMA POR SUA FACE.
ENTÃO ELA FICOU AINDA MAIS INTRIGADA. POR QUE SERÁ QUE A MENINA CHORAVA E OLHAVA PARA O CÉU PROCURANDO POR ELA?
PARECENDO RESPONDER AO QUE A NUVENZINHA NEGRA TANTO QUERIA SABER, A MENINA LÁ DA TERRA DISSE:
_OH NUVENZINHA NEGRA, POR FAVOR, APAREÇA E FAÇA CHOVER. AS PLANTINHAS ESTÃO TÃO TRISTES E SE VOCÊ NÃO APARECER, COM CERTEZA, MORRERÃO.
ENTÃO A NUVENZINHA ENTENDEU O QUE A MENINA QUERIA. ELA ESPERVA QUE A NUVENZINHA ESCURA, NEGRA, APARECESSE E FIZESSE CHOVER MOLHANDO AS PLANTINHAS DA TERRA. ELA ENTENDEU ENTÃO PORQUE ERA TÃO NEGRA. ELA ERA UMA NUVEM DE CHUVA!
RESOLVEU SAIR DEPRESSA DO SEU ESCONDERIJO E DERRAMAR SOBRE A TERRA UMA CHUVA BEM MANSA E GOSTOSA PARA DEIXAR AQUELA MENINA FELIZ. E ASSIM, FEZ! ABRIU AS SUAS TORNEIRINHAS DEIXANDO CAIR SOBRE A TERRA OS PRIMEIROS PINGOS DE CHUVA. A MENINA LÁ DA TERRA COMEÇOU A CHAMAR SEUS AMIGUINHOS E TODOS CORRIAM FELIZES DE UM LADO PARA OUTRO TOMANDO UM DELICIOSO BANHO DE CHUVA. A NUVENZINHA FICOU MUITO FELIZ POR SE SENTIR ÚTIL E ENTENDEU QUE CADA NUVENZINHA TEM SEU VALOR, SEJA ELA BRANQUINHA COMO A NEVE OU NEGRA COMO A NOITE SEM LUAR E ELA, MAIS QUE NENHUMA OUTRA, ERA MUITO QUERIDA POR TODOS DA TERRA, POIS ELA FAZIA CHOVER MOLHANDO AS PLANTAS PARA CRESCEREM FORTES E PRODUZIR ALIMENTO PARA TODAS AS PESSOAS.
E ASSIM, A NUVENZINHA NEGRA NUNCA MAIS SE ESCONDEU. ELA QUERIA SEMPRE SER VISTA POR TODOS E PASSOU A TER MUITO ORGULHO DE SUA COR.
Vanda Berger
hANS cRISTIAN aNDERSEN Numa loja de brinquedos havia uma caixa de papelão com vinte e cinco soldadinhos de chumbo, todos iguaizinhos, pois haviam sido feitos com o mesmo molde. Apenas um deles era perneta: como fora o último a ser fundido, faltou chumbo para completar a outra perna. Mas o soldadinho perneta logo aprendeu a ficar em pé sobre a única perna e não fazia feio ao lado dos irmãos. Esses soldadinhos de chumbo eram muito bonitos e elegantes, cada qual com seu fuzil ao ombro, a túnica escarlate, calça azul e uma bela pluma no chapéu. Além disso, tinham feições de soldados corajosos e cumpridores do dever. Os valorosos soldadinhos de chumbo aguardavam o momento em que passariam a pertencer a algum menino. Chegou o dia em que a caixa foi dada de presente de aniversário a um garoto. Foi o presente de que ele mais gostou: — Que lindos soldadinhos! — exclamou maravilhado. E os colocou enfileirados sobre a mesa, ao lado dos outros brinquedos. O soldadinho de uma perna só era o último da fileira. Ao lado do pelotão de chumbo se erguia um lindo castelo de papelão, um bosque de árvores verdinhas e, em frente, havia um pequeno lago feito de um pedaço de espelho. A maior beleza, porém, era uma jovem que estava em pé na porta do castelo. Ela também era de papel, mas vestia uma saia de tule bem franzida e uma blusa bem justa. Seu lindo rostinho era emoldurado por longos cabelos negros, presos por uma tiara enfeitada com uma pequenina pedra azul.
A atraente jovem era uma bailarina, por isso mantinha os braços erguidos em arco sobre a cabeça. Com uma das pernas dobrada para trás, tão dobrada, mas tão dobrada, que acabava escondida pela saia de tule.
O soldadinho a olhou longamente e logo se apaixonou, e pensando que, tal como ele, aquela jovem tão linda tivesse uma perna só.
“Mas é claro que ela não vai me querer para marido”, pensou entristecido o soldadinho, suspirando.
“Tão elegante, tão bonita… Deve ser uma princesa. E eu? Nem cabo sou, vivo numa caixa de papelão, junto com meus vinte e quatro irmãos”.
À noite, antes de deitar, o menino guardou os soldadinhos na caixa, mas não percebeu que aquele de uma perna só caíra atrás de uma grande cigarreira.
Quando os ponteiros do relógio marcaram meia-noite, todos os brinquedos se animaram e começaram a aprontar mil e uma. Uma enorme bagunça!
As bonecas organizaram um baile, enquanto o giz da lousa desenhava bonequinhos nas paredes. Os soldadinhos de chumbo, fechados na caixa, golpeavam a tampa para sair e participar da festa, mas continuavam prisioneiros.
Mas o soldadinho de uma perna só e a bailarina não saíram do lugar em que haviam sido colocados.
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Ele não conseguia parar de olhar aquela maravilhosa criatura. Queria ao menos tentar conhecê-la, para ficarem amigos.
De repente, se ergueu da cigarreira um homenzinho muito mal-encarado. Era um gênio ruim, que só vivia pensando em maldades.
Assim que ele apareceu, todos os brinquedos pararam amedrontados, pois já sabiam de quem se tratava.
O geniozinho olhou a sua volta e viu o soldadinho, deitado atrás da cigarreira.
— Ei, você aí, por que não está na caixa, com seus irmãos? — gritou o monstrinho.
Fingindo não escutar, o soldadinho continuou imóvel, sem desviar os olhos da bailarina.
— Amanhã vou dar um jeito em você, você vai ver! - gritou o geniozinho enfezado.
Depois disso, pulou de cabeça na cigarreira, levantando uma nuvem que fez todos espirrarem.
Na manhã seguinte, o menino tirou os soldadinhos de chumbo da caixa, recolheu aquele de uma perna só, que estava caído atrás da cigarreira, e os arrumou perto da janela.
O soldadinho de uma perna só, como de costume, era o último da fila.
De repente, a janela se abriu, batendo fortemente as venezianas. Teria sido o vento, ou o geniozinho maldoso?
E o pobre soldadinho caiu de cabeça na rua.
O menino viu quando o brinquedo caiu pela janela e foi correndo procurá-lo na rua. Mas não o encontrou. Logo se consolou: afinal, tinha ainda os outros soldadinhos, e todos com duas pernas.
Para piorar a situação, caiu um verdadeiro temporal.
Quando a tempestade foi cessando, e o céu limpou um pouco, chegaram dois moleques. Eles se divertiam, pisando com os pés descalços nas poças de água.
Um deles viu o soldadinho de chumbo e exclamou:
— Olhe! Um soldadinho! Será que alguém jogou fora porque ele está quebrado?
— É, está um pouco amassado. Deve ter vindo com a enxurrada.
— Não, ele está só um pouco sujo.
— O que nós vamos fazer com um soldadinho só? Precisaríamos pelo menos meia dúzia, para organizar uma batalha.
— Sabe de uma coisa? — Disse o primeiro garoto. —Vamos colocá-lo num barco e mandá-lo dar a volta ao mundo.
E assim foi. Construíram um barquinho com uma folha de jornal, colocaram o soldadinho dentro dele e soltaram o barco para navegar na água que corria pela sarjeta.
Apoiado em sua única perna, com o fuzil ao ombro, o soldadinho de chumbo procurava manter o equilíbrio.
O barquinho dava saltos e esbarrões na água lamacenta, acompanhado pelos olhares dos dois moleques que, entusiasmados com a nova brincadeira, corriam pela calçada ao lado.
Lá pelas tantas, o barquinho foi jogado para dentro de um bueiro e continuou seu caminho, agora subterrâneo, em uma imensa escuridão. Com o coração batendo fortemente, o soldadinho voltava todos seus pensamentos para a bailarina, que talvez nunca mais pudesse ver.
De repente, viu chegar em sua direção um enorme rato de esgoto, olhos fosforescente e um horrível rabo fino e comprido, que foi logo perguntando:
— Você tem autorização para navegar? Então? Ande, mostre-a logo, sem discutir.
O soldadinho não respondeu, e o barquinho continuou seu incerto caminho, arrastado pela correnteza. Os gritos do rato do esgoto exigindo a autorização foram ficando cada vez mais distantes.
Enfim, o soldadinho viu ao longe uma luz, e respirou aliviado; aquela viagem no escuro não o agradava nem um pouco. Mal sabia ele que, infelizmente, seus problemas não haviam acabado.
A água do esgoto chegara a um rio, com um grande salto; rapidamente, as águas agitadas viraram o frágil barquinho de papel.
O barquinho virou, e o soldadinho de chumbo afundou.
Mal tinha chegado ao fundo, apareceu um enorme peixe que, abrindo a boca, engoliu-o.
O soldadinho se viu novamente numa imensa escuridão, espremido no estômago do peixe. E não deixava de pensar em sua amada: “O que estará fazendo agora sua linda bailarina? Será que ainda se lembra de mim?”.
E, se não fosse tão destemido, teria chorado lágrimas de chumbo, pois seu coração sofria de paixão.
Passou-se muito tempo — quem poderia dizer quanto?
E, de repente, a escuridão desapareceu e ele ouviu quando falavam:
— Olhe! O soldadinho de chumbo que caiu da janela!
Sabem o que aconteceu? O peixe havia sido fisgado por um pescador, levado ao mercado e vendido a uma cozinheira. E, por cúmulo da coincidência, não era qualquer cozinheira, mas sim a que trabalhava na casa do menino que ganhara o soldadinho no aniversário.
Ao limpar o peixe, a cozinheira encontrara dentro dele o soldadinho, do qual se lembrava muito bem, por causa daquela única perna.
Levou-o para o garotinho, que fez a maior festa ao revê-lo. Lavou-o com água e sabão, para tirar o fedor de peixe, e endireitou a ponta do fuzil, que amassara um pouco durante aquela aventura.
Limpinho e lustroso, o soldadinho foi colocado sobre a mesma mesa em que estava antes de voar pela janela. Nada estava mudado. O castelo de papel, o pequeno bosque de árvores muito verdes, o lago reluzente feito de espelho. E, na porta do castelo, lá estava ela, a bailarina: sobre uma perna só, com os braços erguidos acima da cabeça, mais bela do que nunca.
O soldadinho olhou para a bailarina, ainda mais apaixonado, ela olhou para ele, mas não trocaram palavra alguma. Ele desejava conversar, mas não ousava. Sentia-se feliz apenas por estar novamente perto dela e poder amá-la.
Se pudesse, ele contaria toda sua aventura; com certeza a linda bailarina iria apreciar sua coragem. Quem sabe, até se casaria com ele…
Enquanto o soldadinho pensava em tudo isso, o garotinho brincava tranqüilo com o pião.
De repente como foi, como não foi — é caso de se pensar se o geniozinho ruim da cigarreira não metera seu nariz —, o garotinho agarrou o soldadinho de chumbo e atirou-o na lareira, onde o fogo ardia intensamente.
O pobre soldadinho viu a luz intensa e sentiu um forte calor. A única perna estava amolecendo e a ponta do fuzil envergava para o lado. As belas cores do uniforme, o vermelho escarlate da túnica e o azul da calça perdiam suas tonalidades.
O soldadinho lançou um último olhar para a bailarina, que retribuiu com silêncio e tristeza. Ele sentiu então que seu coração de chumbo começava a derreter — não só pelo calor, mas principalmente pelo amor que ardia nele.
Naquele momento, a porta escancarou-se com violência, e uma rajada de vento fez voar a bailarina de papel diretamente para a lareira, bem junto ao soldadinho. Bastou uma labareda e ela desapareceu. O soldadinho também se dissolveu completamente.
No dia seguinte. a arrumadeira, ao limpar a lareira, encontrou no meio das cinzas um pequenino coração de chumbo: era tudo que restara do soldadinho, fiel até o último instante ao seu grande amor.
Da pequena bailarina de papel só restou a minúscula pedra azul da tiara, que antes brilhava em seus longos cabelos negros.
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Era uma vez, uma família de ursinhos; o Pai Urso, a Mãe Urso e o Pequeno Urso. Os três moravam numa bela casinha, bem no meio da floresta.
O Papai Urso, o maior dos três, era também o mais forte, muito corajoso e tinha uma voz bem grossa. A Mamãe Urso era um pouco menor, era gentil e delicada e tinha uma voz meiga. O Pequeno Urso era o menorzinho, muito curioso e sua voz era fininha.
Certa manhã, ao se levantarem, Mamãe Urso fez um delicioso mingau, como era de costume. Porém, o mingau estava muito quente.
Sendo assim, mamãe Urso propôs que fossem dar uma voltinha junta pela floresta, enquanto o mingau esfriava.
E assim fizeram. Mamãe Urso deixou o mingau em suas tigelinhas, esfriando em cima da mesa e os três ursos saíram pela floresta.
Enquanto eles estavam fora, apareceu por ali uma menina de cabelos loiros cacheados, era conhecida como Cachinhos Dourados. Ela morava do outro lado da floresta, num vilarejo, e tinha o mau hábito de sair de casa sem avisar seus pais.
Quando se aproximou da casinha dos ursos, já muito cansada de tanto andar, resolveu bater na porta.
Bateu, bateu, mas ninguém respondeu.
Assim, ao perceber que a porta estava apenas encostada, resolveu entrar.
Ao entrar, se deparou com uma mesa forrada com uma bela toalha xadrez e em cima da mesa havia três tigelinhas de mingau.
Como estava com muita fome, e não viu ninguém na casa, resolveu provar a iguaria.
Provou, então, o mingau da tigela maior, mas achou-o muito quente.
Provou o da tigela do meio e achou-o muito frio.
Provou o mingau da tigelinha menor e achou-o delicioso, não resistiu e comeu-o todo.
Após comer o mingau, Cachinhos Dourados foi em direção à sala. Lá encontrou três cadeiras, como estava muito cansada, resolveu sentar-se.
Achou a primeira cadeira muito grande e levantou-se a seguir.
Sentou-se, então, na cadeira do meio, mas achou-a desconfortável e ainda grande demais.
Sentou-se na cadeirinha menor e achou-a muito confortável e num bom tamanho. Porém, sentou-se tão desajeitadamente que a quebrou.
Ainda cansada, Cachinhos Dourados resolveu subir às escadas.
Encontrou um quarto com três caminhas, uma grande, uma média e uma pequena.
Tentou deitar-se na cama maior, mas achou-a muito dura. Deitou-se na do meio e achou-a macia demais. Deitou-se na menor e achou-a muito boa. Estava tão cansada que não resistiu e acabou pegando no sono.
Enquanto ela dormia, os ursinhos voltaram do passeio. Foram logo à cozinha para tomar o mingau, que era o café da manhã. Estranharam a porta aberta, e logo perceberam que alguém havia estado ali.
__Alguém mexeu no meu mingau! - rosnou o Papai Urso.
__Alguém comeu do meu mingau! – disse brava a Mamãe Urso.
__ Alguém comeu todo o meu mingau! –gritou o Pequeno Urso.
Os três ursos se dirigiram para a sala. Papai Urso olhou para sua cadeira e exclamou:
__ Alguém sentou na minha cadeira!
Mamãe Urso, com sua voz, já não tão meiga, reclamou:
__ Alguém também sentou na minha cadeira!
O Pequeno Urso, chorando, queixou-se:
__ Alguém quebrou a minha cadeirinha!
Os três subiram as escadas, e foram em direção ao quarto.
Papai Urso olhou para sua cama e perguntou:
__ Quem deitou na minha cama?
Mamãe Urso olhou para sua cama e disse:
__Alguém esteve deitado na minha cama e deixou-a bagunçada!
O Pequeno Urso, muito bravo, gritou:
__Alguém está deitado na minha caminha!
Cachinhos Dourados acordou com o grito de Pequeno Urso.
Ficou muito assustada ao ver os três ursos bravos olhando para ela.
Seu susto foi tão grande que em um só pulo saiu da cama e já estava descendo as escadas. Mal deu tempo para que os ursos piscassem os olhos. Num segundo pulo, Cachinhos Dourados pulou a janela e saiu correndo pela floresta, rápida como o pensamento.
Depois desse enorme susto a menina aprendeu a lição, nunca mais fugiu de casa, muito menos entrou em casa de ninguém sem ser convidada.
MORAL DA HISTÓRIA: Nenhum lugar é tão seguro como nosso lar.
A VELHA E SUAS CRIADAS
Esopo
Uma viúva econômica e zelosa tinha duas empregadas.
De manhã bem cedo tinham que pular da cama, pois sua velha patroa queria que começassem a trabalhar assim que o galo cantasse.
As duas detestavam ter que levantar tão cedo, especialmente no inverno, e achavam que se o galo não acordasse a patroa tão cedo talvez pudessem dormir mais um pouco. Por isso, pegaram o galo e torceram seu pescoço.
Mas não estavam preparadas para as consequências do que fizeram. Porque o resultado foi que a patroa, sem o despertador do galo, passou a acordar as criadas ainda mais cedo e punha as duas para trabalhar no meio da noite.
AS TRÊS FILHAS DO REI Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas, por sua vez, qual era a mais sua amiga? A mais velha respondeu: - Quero mais a meu pai do que à luz do Sol. Respondeu a do meio: - Gosto mais do meu pai do que de mim mesmo. A mais moça respondeu: - Quero-te tanto como a comida quer o sal. O rei entendeu por isto que a filha mais nova não o amava tanto como as outras e pô-la fora do palácio. Ela foi, muito triste, por esse mundo e chegou ao palácio de um rei, aí ofereceu-se para ser cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passado até que chamaram a cozinheira e só a ela o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família nobre. Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas e viu-a vestida com trajes de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O rei deu licença ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda. Para as festas do noivado convidou-se o rei que tinha as três filhas e que pusera de fora a mais nova. A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não pôs sal de propósito. Todos comiam com vontade, mas só o rei convidado é que nada comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia.
Respondeu ele, não sabendo que assistia ao casamento da filha:
- É porque a comida não tem sal. O pai do novo fingiu-se raivoso e mandou que a cozinheira viesse ali dizer porque é que não tinha posto sal na comida. Veio então a menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo e confessou ali a sua culpa por não ter percebido quanto era amado pela sua filha, que lhe tinha dito que lhe queria tanto como a comida quer o sal e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu pai.
Era uma vez uma folhinha que nasceu num dia ensolarado de Primavera, era a folhinha mais verdinha e bonita de um velho diospireiro, vivia presa num ramo da árvore com as suas irmãzinhas. Todos os dias a folhinha brincava com as suas irmãzinhas presas no ramo do velho diospireiro, bailavam ao sabor da brisa do vento e gargalhavam pela vida feliz que tinham.
O tempo foi passando, a Primavera passou, o Verão entrou e com o seu sol forte aquecia a folhinha que toda vaidosa por ser a mais bonita se espreguiçava ao sentir o seu calor.
Certo dia as suas irmãs repararam que linda folhinha já não era a mais verdinha, agora estava a ficar cheia de manchas amarelas e castanhas e comentaram isso com a bonita folhinha… Sim, tinha chegado o Outono. O sol e a brisa do Verão tinham partido, e tinha chegado o vento frio do Outono, que a pouco e pouco iria arrancar uma a uma as folhas do velho diospireiro.
A partir daquele dia a folhinha ficou triste e já não tinha vontade de brincar, pois sabia que um dia iria ser arrancada da árvore, atirada para o chão pelo vento e provavelmente iria ser apanhada pelo varredor das ruas e ser colocada dentro do caixote do lixo.
Os dias foram passando e a folhinha ia perdendo as forças vendo as suas irmãs sendo arrancadas da velha árvore pelo vento do Outono.
A folhinha quase que não conseguia ter forças para lutar contra o Outono, até que um dia, o vento forte de Outono soprou, soprou, soprou… e arrancou a folhinha do ramo da árvore e atirou-a para o chão.
A folhinha ficou caída no chão desesperada a chorar porque pensou que a vida dela tinha terminado ali.
Só que, nesse preciso momento ia a passar uma menina chamada Maria que procurava uma folhinha para oferecer à sua avozinha que fazia anos. De repente a menina olhou para o chão e viu uma linda folhinha castanha e amarela, era a folha de Outono mais bonita que alguma vez tinha visto.
A Maria pegou na folha limpou-a e levou-a para casa. A menina quando chegou a casa deu a linda folhinha de Outono à sua avozinha que ficou radiante com o presente da neta.
E a linda folhinha de Outono voltou a ser feliz para sempre aconchegada dentro do livro preferido de receitas da avozinha da Maria.
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Amei ver a minha historinha aqui. Bjs.
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